sábado, 18 de julho de 2009

Formas criativas para estimular a mente de Def. Intelectuais

Edição 223 Junho 2009 (Nova Escola - veja reportagem completa)

O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los

CONCENTRAÇÃO


Enquanto a turma lê fábulas, Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco.


De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia. Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.
No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público (leia a definição no quadro abaixo). São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.
A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.

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SÍNDROME DE DOWN

Definição: alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de risco já identificado. “Ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos”, afirma Lília Maria Moreira, professora de Genética da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
• Características: além do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias.
Recomendações: na sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de Down compreenda. “Ele demora um pouco mais para entender”, afirma Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos fáceis de compreender. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. “Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem”, diz Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. “Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas não seja permissivo.” Tente perceber as competências pedagógicas em cada momento e manter as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande e, às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões impossíveis para ela. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e provocações.
Fonte: Revista Nova Escola Edição Especial Julho 2009 Título original: Aprender a superar.



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Saiba mais visitando o portal do MEC

Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dificuldadesdeaprendizagem.pdf

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
DEFICIÊNCIA MENTAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf


Filme "O oitavo dia"


"Oitavo Dia" (L' Hutième Jour - 1996), de Jaco Van Dormael, que revelou, pela primeira vez, um vencedor com deficiência intelectual ao Festival de San Remo em 1996. O prêmio de melhor ator do festival coube à impressionante exibição do ator belga PASCAL DUQUENNE, uma pessoa com síndrome de down, que dividiu o prêmio de melhor ator com o veterano francês Daniel Auteil.





PS: Se tiver oportunidade, assista o filme, eu assisti e recomendo!!!

Veja um trecho do filme, clique no endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=DqRRyUE7ALs

deficiência física

Deficiência Física:
• Definição: uma variedade de condições que afeta a mobilidade e a coordenação motora geral de membros ou da fala. Pode ser causada por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, más-formações congênitas ou por condições adquiridas. Exemplos: amiotrofia espinhal (doença que causa fraqueza muscular), hidrocefalia (excesso do líquido que serve de proteção ao sistema nervoso central) e paralisia cerebral (desordem no sistema nervoso central), que exige dos professores cuidados específicos em sala de aula (leia mais a seguir).
• Características: são comuns as dificuldades no grafismo em função do comprometimento motor. Às vezes, o aprendizado é mais lento, mas, exceto nos casos de alteração na motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas. Muitos precisam de cadeira de rodas ou muletas para se locomover. Outros apenas de apoios especiais e material escolar adaptado, como apontadores, suportes para lápis etc.
• Recomendações: a escola precisa ter elevadores ou rampas. Fique atento a cuidados do dia a dia, como a hora de ir ao banheiro. “Algum funcionário que tenha força deve acompanhar a criança”, explica Marília Costa Dias, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, na capital paulista. Nos casos de hidrocefalia, é preciso observar sintomas como vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça.

Paralisia Cerebral:
• Definição: lesão no sistema nervoso central causada, na maioria das vezes, por uma falta de oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, ao nascer ou até dois anos após o parto. “Em 75% dos casos, a paralisia vem acompanhada de um dano intelectual”, acrescenta Alice Rosa Ramos, superintendente técnica da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo.
• Características: a principal é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão. Inclui dificuldades para caminhar, na coordenação motora, na força e no equilíbrio. Pode afetar a fala.
• Recomendações: para contornar as restrições de coordenação motora, use canetas e lápis mais grossos – uma espuma em volta deles presa com um elástico costuma resolver. Utilize folhas avulsas, mais fáceis de manusear que os cadernos. Escreva com letras grandes e peça que o aluno se sente na frente. É importante que a carteira seja inclinada. Se ele não consegue falar e não utiliza uma prancha própria de comunicação alternativa, providencie uma para ele com desenhos ou fotos por meio dos quais se estabelece a comunicação. Ela pode ser feita com papel cartão ou cartolina, em que são colados figuras pequenas, do mesmo material, e fotos que representem pessoas e coisas significativas, como os pais, os colegas da classe, o time de futebol, o abecedário e palavras-chave, como “sim”, “não”, “fome”, “sede”, “entrar”, “sair” etc. Para informar o que quer ou sente, o aluno aponta para as figuras e se comunica. Ele precisa de um cuidador para ir ao banheiro e, em alguns casos, para tomar lanche.
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COMO IDENTIFICAR SINAIS DE DEFICIÊNCIA FÍSICA EM SALA DE AULA:

Deficiência Física:
• Movimentação sem coordenação ou atitudes desajeitadas de todo o corpo ou parte dele;
• Anda de forma não coordenada, pisa na ponta dos pés ou manca;
• Pés tortos ou qualquer deformidade corporal;
• Pernas em tesoura (uma estendida sobre a outra);
• Dificuldade em controlar os movimentos, desequilíbrios e quedas constantes;
• Dor óssea, articular ou muscular;
• Segura o lápis com muita ou pouca força;
• Dificuldade para realizar encaixe e atividades que exijam coordenação motora fina.

O que você pode fazer?
Orientar os pais para que procurem profissionais especializados (ortopedista, fisiatra e fisioterapeuta).

Sugestões para a convivência com pessoas com deficiência física
• Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a pessoa também participe da conversa;
• Empurre a cadeira com cuidado para evitar acidentes e preste atenção às pessoas que caminham à frente;
• Para uma pessoa sentada em cadeira de rodas, é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, se a conversa for demorar mais, sente-se ou abaixe-se para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível;
• Respeite o espaço corporal. A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é quase uma extensão do corpo. Agarrar ou apoiar-se nesses equipamentos não é como se encostar a uma cadeira comum;
• Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa que a utiliza;
• É mais seguro subir rampas ou degraus de frente. Para descer, é mais seguro de costas;
• Para subir um degrau, incline a cadeira para trás, levante as rodinhas da frente para apoiá-las sobre o degrau;
• Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha a ré, sempre apoiando a cadeira, para que a descida seja sem solavancos;
• Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, é mais seguro pedir a ajuda de outra pessoa;
• Se você estiver acompanhando uma pessoa com deficiência que anda devagar, procure acompanhar o passo dela;
• Sempre mantenha as muletas ou bengalas próximas à pessoa com deficiência;
• Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for visitar algum local com uma pessoa com deficiência motora;
• Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços, apresentar expressões estranhas no rosto e ter dificuldade para falar. Não se intimide com isso. São pessoas como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média;
• Se você não compreender o que a pessoa está dizendo, peça para que repita. Isso demonstra interesse e respeito e as pessoas com dificuldades de comunicação não se incomodam de repetir.

Sugestões para adaptar o ambiente escolar às pessoas com deficiência física
A Secretaria de Educação Especial do MEC - Ministério da Educação sugere:
• O acesso físico é a preocupação fundamental para estes estudantes, devido a dificuldades de locomoção ou ao uso de cadeira de rodas. Isto implica a existência de percursos em que o aluno possa se movimentar mais facilmente de uma aula para as outras, ou seja, em que não tenha de se defrontar com barreiras arquitetônicas. Por isso, aconselhamos verificar se há caminhos mais fáceis para o aluno utilizar, sem obstáculos;
• Estes estudantes podem eventualmente atrasar-se, ao ir de uma sala para outra, principalmente quando as aulas não são todas no mesmo prédio. Pode ser necessário fazer algumas adaptações que permitam ao aluno freqüentar aulas no laboratório;
• Se for possível, trabalhe diretamente com o aluno para criar um local acessível, promovendo a participação dele em todas as tarefas;
• Se a classe fizer um passeio, é importante incluir os alunos com deficiência.

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Edição Especial 08/2007 (Nova Escola - Veja reportagem completa)

SEM OBSTÁCULOS PARA O SABER - DEFICIÊNCIA FÍSICA

NA CADEIRA, MAS SEM RODAS









Marcos usa lápis adaptado com espaguete de piscina:as professoras improvisaram o reforço para que oaluno pudesse escrever com firmeza.






O maior desafio das crianças com deficiência física não está na capacidade de aprender, mas na coordenação motora.“Geralmente, elas têm dificuldade para se movimentar, escrever ou falar. Se estiverem atrasadas no desenvolvimento intelectual, é porque não tiveram uma educação apropriada”, diz Eliane, da Unesp.Marcos Nantes Coutinho, 9 anos, por exemplo, tem dificuldade em memorizar e os especialistas acreditam que é porque ele não consegue registrar os novos aprendizados. Por isso, as professoras da 2a série da EE Olinda Conceição Teixeira Bacha, em Campo Grande, retomam várias vezes os conteúdos e querem que ele tenha aulas de apoio na sala de recursos de uma escola vizinha.Na classe,Marcos é atendido pela parceria afinada de Cristina Encina de Barros, a professora regente, e Yara Mara Barbosa de Oliveira, a itinerante, que percorre as escolas que têm alunos com deficiência. Toda quartafeira elas conversam sobre os avanços do menino e os desafios que ele ainda tem de superar, repassam a programação de estudos e fazem as adaptações necessárias ao garoto.A comunicação aberta entre os profissionais também inclui conversas com assistentes sociais, coordenadores e médicos. Outra estratégia é usar material concreto e imagens. O menino aprende as palavras com um alfabeto móvel, feito com letras recortadas em cartolina, e já monta termos com até três sílabas. Como tem dificuldade em segurar o lápis,muito fino, as professoras improvisaram um reforço com um pedaço de espuma tipo espaguete de piscina.Marcos usa andador, baba e tem dificuldade para falar. Até os 5 anos, ele freqüentou a escola de Educação Infantil da Associação Pestalozzi, onde era assistido por fisioterapeuta, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e psicóloga. Esta última aconselhou a mãe, Ana Flávia Nantes Zuza, a colocá-lo numa creche regular, como forma de prepará-lo para ingressar no Ensino Fundamental.Na escola,Marcos ganhou autonomia. Durante o ano passado, ele se sentava em cadeira adaptada com apoio para os braços, onde ficava com a postura largada. Como extensão do tratamento terapêutico, a especialista Yara fez uma experiência: colocou-o numa carteira igual à dos demais alunos, encostada à parede. Isso ajudou-o a sustentar o tronco para não escorregar, a ter uma postura melhor e a se equilibrar.Mas a cadeira de rodas é importante e não deve ser evitada.“É preciso aceitar que ela, ou uma prótese, faz parte da vida da criança com deficiência física. É como usar óculos”, diz Eliane.Marcos já não depende tanto do andador: ele o deixa na porta da classe e apóia-se na fileira de carteiras, até o lugar onde se acomoda.Mostra progressos também nas idas ao banheiro – antes, ela tinha que levá-lo, agora só precisa acompanhá-lo até a entrada. Conquistas simples, mas que mostram às professoras que elas estão no caminho certo. “Qualquer criança pode progredir. Basta a gente ensinar com interesse, atenção e amor”, afirma Cristina.


Atividades e estratégias

BEM-ESTAR FÍSICO Procure saber sobre o histórico pessoal e escolar do aluno com deficiência, informe-se com a família e o médico sobre o estado de saúde e quais os efeitos dos remédios que ele está tomando. Esse conhecimento é a base para sugerir qualquer atividade que exija esforço físico. Os exercícios podem, por exemplo, interferir na metabolização de medicamentos.

HABILIDADES BÁSICAS Para ajudar a criança com deficiência física nas habilidades sociais, escolha atividades relacionadas às exigências diárias, como deitar, sentar e levantar-se, arremessar e pegar objetos, parar e mudar de direção. Proponha jogos nos quais o aluno faça escolhas (passar por cima ou por baixo de cordas ou elásticos), para que ele perceba o controle que pode ter sobre o corpo.

INTERAÇÃO Estimule o contato da criança com deficiência com os colegas, permitindo a troca de idéias, a expressão de emoções e o contato físico para auxiliar nas diversas atividades.

PEÇAS IMANTADAS Use material concreto e lousa com letras magnéticas para facilitar a formação de palavras e a memorização quando houver restrição no movimento dos braços.
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COMO TRATAR O DEFICIENTE FÍSICO

SE A PESSOA USAR UMA CADEIRA DE RODAS, É IMPORTANTE SABER QUE PARA UMA PESSOA SENTADA É INCÔMODO FICAR OLHANDO PARA CIMA POR MUITO TEMPO, PORTANTO, SE A CONVERSA FOR DEMORAR MAIS TEMPO DO QUE ALGUNS MINUTOS, SE FOR POSSÍVEL, LEMBRE-SE DE SENTAR, PARA QUE VOCÊ E ELA FIQUEM COM OS OLHOS NUM MESMO NÍVEL.

A CADEIRA DE RODAS (ASSIM COM AS BENGALAS E MULETAS) É PARTE DO ESPAÇO CORPORAL DA PESSOA, QUASE UMA EXTENSÃO DO SEU CORPO. AGARRAR OU APOIAR-SE NA CADEIRA DE RODAS É COMO AGARRAR OU APOIAR-SE NUMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA COMUM. ISSO MUITAS VEZES É SIMPÁTICO, SE VOCÊS FOREM AMIGOS, MAS NÃO DEVE SER FEITO SE VOCÊS NÃO SE CONHECEM.

NUNCA MOVIMENTE A CADEIRA DE RODAS SEM ANTES PEDIR PERMISSÃO PARA A PESSOA.

EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS NÃO É COMO EMPURRAR UM CARRINHO DE SUPERMERCADO. QUANDO ESTIVER EMPURRANDO UMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA DE RODAS, E PARAR PARA CONVERSAR COM ALGUÉM, LEMBRE-SE DE VIRAR A CADEIRA DE FRENTE, PARA QUE A PESSOA TAMBÉM POSSA PARTICIPAR DA CONVERSA.

AO EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS, FAÇA-O COM CUIDADO. PRESTE ATENÇÃO PARA NÃO BATER NAS PESSOAS QUE CAMINHAM A FRENTE.

PARA SUBIR DEGRAUS, INCLINE A CADEIRA PARA TRÁS PARA LEVANTAR AS RODINHAS DA FRENTE E APOIÁ-LAS SOBRE A ELEVAÇÃO.

PARA DESCER UM DEGRAU, É MAIS SEGURO FAZÊ-LO DE MARCHA A RÉ, SEMPRE APOIANDO PARA QUE A DESCIDA SEJA SEM SOLAVANCOS.

PARA SUBIR OU DESCER MAIS DE UM DEGRAU EM SEQÜÊNCIA, SERÁ MELHOR PEDIR A AJUDA DE MAIS UMA PESSOA.

SE VOCÊ ESTIVER ACOMPANHANDO UMA PESSOA DEFICIENTE QUE ANDA DEVAGAR, COM AUXÍLIO OU NÃO DE APARELHOS OU BENGALAS, PROCURE ACOMPANHAR O PASSO DELA. MANTENHA AS MULETAS OU BENGALAS SEMPRE PRÓXIMAS À PESSOA DEFICIENTE. SE ACHAR QUE ELA ESTÁ EM DIFICULDADES, OFEREÇA AJUDA E, CASO SEJA ACEITA, PERGUNTE COMO DEVE FAZÊ-LO. AS PESSOAS TÊM SUAS TÉCNICAS PESSOAIS PARA SUBIR ESCADAS, POR EXEMPLO E, ÀS VEZES, UMA TENTATIVA DE AJUDA INADEQUADA PODE ATÉ MESMO ATRAPALHAR. OUTRAS VEZES, A AJUDA É ESSENCIAL. PERGUNTE E SABERÁ COMO AGIR E NÃO SE OFENDA SE A AJUDA FOR RECUSADA. SE VOCÊ PRESENCIAR UM TOMBO DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, OFEREÇA AJUDA IMEDIATAMENTE. MAS NUNCA AJUDE SEM PERGUNTAR SE E COMO DEVE FAZÊ-LO. ESTEJA ATENTO PARA A EXISTÊNCIA DE BARREIRAS ARQUITETÔNICAS QUANDO FOR ESCOLHER UMA CASA, RESTAURANTE, TEATRO OU QUALQUER OUTRO LOCAL QUE QUEIRA VISITAR COM UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA. PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL PODEM TER DIFICULDADES PARA ANDAR, PODEM FAZER MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS COM PERNAS E BRAÇOS E PODEM APRESENTAR EXPRESSÕES ESTRANHAS NO ROSTO. NÃO SE INTIMIDE COM ISSO. SÃO PESSOAS COMUNS COMO VOCÊ. GERALMENTE, TÊM INTELIGÊNCIA NORMAL OU, ÀS VEZES, ATÉ ACIMA DA MÉDIA. SE A PESSOA TIVER DIFICULDADE NA FALA E VOCÊ NÃO COMPREENDER IMEDIATAMENTE O QUE ELA ESTÁ DIZENDO, PEÇA PARA QUE REPITA. PESSOAS COM DIFICULDADES DESSE TIPO NÃO SE INCOMODAM DE REPETIR QUANTAS VEZES SEJA NECESSÁRIO PARA QUE SE FAÇAM ENTENDER. NÃO SE ACANHE EM USAR PALAVRAS COMO "ANDAR" E "CORRER". AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA EMPREGAM NATURALMENTE ESSAS MESMAS PALAVRAS. TRATE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA COM A MESMA CONSIDERAÇÃO E RESPEITO QUE VOCÊ USA COM AS DEMAIS PESSOAS.

FONTE DE PEQUISA BUSCA GOOGLE

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TOCANDO O CÉU SEM BRAÇOS:

Jessica Cox - A única mulher, deficiente física (sem os dois membros superiores), habilitada a pilotar aviões, nos EUA!

Assista ao vídeo, clique no endereço abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=GlAUPBrxLFo



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Para saber mais, visite o portal do MEC sobre deficiência física

Dificuldades de Comunicação e Sinalização (deficiência física)http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciafisica.pdf

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (2006)
DEFICIÊNCIA FÍSICA
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf

Classe Hospitalar

CLASSE HOSPITALAR

A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.
No INCA(INSTITUTO NACIONAL DO CANCER), a Classe Hospitalar tem como objetivo proporcionar o atendimento pedagógico à crianças e adolescentes portadores de neoplasia, em tratamento quimioterápico ambulatorial e assegurar a manutenção dos vínculos escolares, devolvendo a criança para sua escola de origem, com a certeza de que ela poderá se reintegrar ao currículo e aos colegas, sem prejuízo devido ao afastamento temporário.
As atividades escolares são desenvolvidas diariamente por duas professoras, que, inicialmente, procuram descobrir as áreas de interesse do aluno para viabilizar sua expressão, possíveis dúvidas acadêmicas e a aquisição do vínculo, fator primordial para o aprendizado. A partir desse contato, são planejadas atividades que possibilitem a criança superar suas dificuldades e apropriar-se de novas habilidades e competências. Nas situações em que o paciente estiver inserido numa escola regular, é solicitado aos responsáveis que tragam para o hospital todo o material escolar da criança a fim de que seja garantida a continuidade do currículo desenvolvido pela escola de origem.
Desde a sua implantação no ano letivo de 2000, quando foi assinado o convênio entre o hospital e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a Classe Hospitalar já matriculou cerca de 450 crianças. O trabalho foi inicialmente oferecido aos pacientes da Enfermaria de Oncologia Pediátrica, Hematologia Pediátrica e do Ambulatório de Quimioterapia Infantil, posteriormente foi ampliado, e atualmente beneficia crianças e adolescentes submetidos a transplante de medula óssea.
A atividade escolar no hospital contribui para a diminuição do estresse causado pelas sucessivas internações, proporciona integração entre os profissionais e permite que o paciente sinta-se produtivo no seu papel de aprendiz. Isto favorece a construção do conhecimento e contribui para a promoção da saúde.
O trabalho realizado pela Classe Hospitalar constitui parte integrante do tratamento oncológico e está de acordo com a Resolução n.º 2 do Conselho Nacional de Educação, de 11 de fevereiro de 2001, que em seu Art. 13 determina: "Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio."
FONTE: http://www.inca.gov.br/

hospitais onde tem classe hospitalar:

Hospital Darcy Vargas,
R. Seráfico Assis de Carvalho, 34, 5614-040, São Paulo, SP, tel. (11) 3723-3839
Hospital do Câncer, R. Professor Antônio Prudente, 211, 01525-000, São Paulo, SP,
tel. (11) 2189-5000
Hospital do Trabalhador, Av. República Argentina, 4406, 81050-000, Curitiba, PR,
tel. (41) 3212-5870

Livro:
Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar
Autora: Eneida Simões da Fonseca, 100 págs.
Ed. Memnon, tel. (11) 5575-8444, 28 reais
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"INDICAÇÕES PARA ATUAÇÃO DOCENTE EM CLASSES HOSPITALARES"
em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido
Tyara Carvalho de Oliveira Pós Graduada em Gestão em Saúde e Administração Hospitalar - Universidade Estácio de Sá/RJ Amélia Escotto do Amaral Ribeiro Doutora em Educação, Mestre em Educação e Mestre em Filosofia pela PUC/RJ. Professora da UERJ/FEBF.
Esse texto amplia a reflexão a respeito da formação de professores, em um contexto social de demandas múltiplas, redefinindo espaços de atuação. Dentre estes, as Classes Hospitalares. Aprofundar a reflexão e o conhecimento sobre a Classe Hospitalar enquanto campo de atuação docente justifica-se na medida em que se observa certo desconhecimento a respeito dos aspectos conceituais e teórico-metodológicos que envolvem essa modalidade de ensino. A relevância de estudos neste campo relaciona-se com a possibilidade de desvelar para os Cursos de Formação de professores, um universo tanto conceitual quanto de atuação. Resultados parciais de pesquisa descritiva realizada em diferentes espaços hospitalares revelam que um dos desafios a ser superado se refere às especificidades da prática docente nessa modalidade de ensino. Os dados coletados ratificam o que a literatura sobre o tema vem apontando. Em outras palavras, o professor de classe hospitalar desempenha um papel de mediador entre a criança e o hospital; para a criança ou adolescente hospitalizado, o contato com o professor e com a classe hospitalar é uma oportunidade de ligação com os padrões da vida cotidiana e com a vida em casa e na escola (Fonseca, 2003). Acrescenta-se ser indispensável o conhecimento das patologias mais freqüentes na unidade hospitalar em que atua para saber dos limites clínicos do paciente-aluno. Daí a necessidade de um preparo pedagógico, associado a uma orientação pedagógica especifica ao campo de atuação da classe hospitalar (Ortiz, 2000). Quanto ao perfil pedagógico - educacional, torna-se relevante a adequação à realidade hospitalar, o respeito às potencialidades do aluno, motivando e facilitando sua inclusão no contexto escolar hospitalar. Tal inclusão implica estímulo à criança, tendo o conhecimento como elo entre o desejo de saber e a superação do distanciamento entre as necessidades curriculares (de cada criança) e o ambiente hospitalar. O MEC (2002), no documento "Classe Hospitalar e atendimento Pedagógico domiciliar: estratégias e orientações" recomenda ao professor coordenador da proposta pedagógica da classe hospitalar ou em atendimento domiciliar o conhecimento sobre a dinâmica e o funcionamento dessa modalidade de ensino, assim como as técnicas pedagógicas e terapêuticas dela decorrentes, as rotinas da enfermaria, dos serviços ambulatórias e das estruturas de assistência social. Sua atuação articula-se com a equipe de saúde do hospital, com a Secretaria de Educação, com a escola de origem do educando de modo a orientar os professores de forma mais adequada. Assim, exige-se um professor capacitado para trabalhar com a diversidade humana e cultural, para identificar as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares. Sugere-se que tenha formação em Educação Especial, em Pedagogia ou Licenciaturas; que tenha noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e suas características. E, ainda, adequar e adaptar o ambiente às atividades e aos materiais, planejar o dia-a-dia da turma, registrar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido.
Palavras- Chave: Formação de Professores; Classe Hospitalar; criança/adolescente hospitalizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FONSECA, E.S. Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar. São Paulo: Memnon. 2003 MEC/SEESP. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações.Brasília.MEC/SEESP.2002 ORTIZ, Leodi Conceição Meireles. Construindo classe hospitalar: relato de uma pratica educativa em clinica pediátrica. Revista reflexão e Ação, v.8, n.1,p.93-100, jan/jun.2000.
Grupo: Ensino e Aprendizagem

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Edição 220 03/2009 (Nova Escola - Veja reportagem completa)

Ensino nas horas difíceis
Lecionar para estudantes internados exige preparo psicológico para lidar com as famílias, os médicos, as escolas... e a morte

NO LEITO E FELIZ
Frank foi alfabetizado dentro do Hospital do Câncer, em São Paulo. Agora, já está na 2ª série



Em 2007, quando entraria no Ensino Fundamental, o pequeno índio wapixana Frank Silva ficou doente. Teve um câncer diagnosticado e precisou sair de Roraima, onde morava, para buscar ajuda especializada. Desde o ano passado, está internado em São Paulo. Mas não foi esse imprevisto - nem a forte medicação que vem tomando - que o deixou fora da escola. Matriculado desde o começo do tratamento em uma classe dentro do Hospital do Câncer, ele não só foi alfabetizado como já está na 2ª série. Frank é uma das 65.956 crianças que estudaram em salas adaptadas ou no próprio leito em 2007, segundo o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Apesar do público numeroso, a modalidade ainda não é uma realidade em todo o território nacional. O próprio Ministério da Educação (MEC) reconhece que há carências graves pelo país - são 850 hospitais oferecendo o atendimento, em um universo de quase 8 mil unidades.
Além disso, especialistas alegam que as experiências em curso nem sempre ocorrem num contexto ideal. "Há o déficit de profissionais para atuar do 6º ao 9º ano. E, em muitos lugares, o voluntário ainda atua no lugar do educador", diz Eneida Simões da Fonseca, professora do Departamento de Estudos em Educação Inclusiva e Continuada da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Na prática, é a equipe médica que deve acionar as secretarias de Educação assim que um estudante da rede pública dá entrada com alguma doença severa (para os oriundos da particular, é a própria escola que deve providenciar o serviço). Em alguns estados e municípios, já existe inclusive um quadro de docentes previamente concursados e preparados para a função, e é junto a esses órgãos que interessados no emprego devem procurar orientações. "Cabe aos governos locais oferecer a mão-de-obra e as capacitações necessárias. Tudo para que o aluno se atrase o mínimo possível no ritmo de sua turma original", diz Martinha Dutra dos Santos, coordenadora-geral da Secretaria de Educação Especial do MEC.
Apesar de ser chamada tecnicamente de classe, a aula é individual, nos leitos ou em salas cedidas pela unidade de Saúde. Diferentemente de uma escola regular (onde é possível fazer atividades de longa duração), cada tarefa precisa ter início, meio e fim no mesmo dia. "É um ritmo estranho. Eu posso planejar tudo hoje e, amanhã, o estudante recebe alta. Daí eu tenho que fazer coisas novas para outra criança que acabou de chegar", conta a professora Geane Yada, do Hospital Darcy Vargas, em São Paulo. A carga horária também muda. O educador pode iniciar uma conversa e, em instantes, ter de parar devido a uma indisposição. O indicado é que o aluno consiga ter o mesmo conteúdo e a mesma carga horária da escola. Mas, com o sobe-e-desce do tratamento, isso nem sempre é possível.

Assim que um estudante chega para tratamento, o titular da classe hospitalar deve chamar a família e o futuro aluno para conversar sobre sua situação. Normalmente, um coordenador pedagógico articula essa fase. Em seguida, o docente entra em contato com a escola para solicitar o currículo que a criança seguiria e também as atividades já realizadas. Cabe à unidade de ensino encaminhar todas as tarefas previstas para que o aluno faça em sua internação - inclusive as provas, que serão devolvidas para a correção pelo educador da turma regular. A professora Célia Wiczneski, coordenadora pedagógica do Hospital do Trabalhador, em Curitiba, conta que essa relação não é fácil e, como já aconteceu, a escola muitas vezes nem sabe que um estudante adoeceu. "Hoje é mais fácil conversar. Mas, no início, eu precisei bater o pé. E, quando não tinha solução, ligava para a Secretaria de Educação e contava o que estava acontecendo." Foi com tanto empenho que garantiu a continuidade nos estudos de vários jovens como Felipe Eduardo Alves da Silva, 9 anos, que está na 4ª série e sofre de osteomielite (infecção óssea) e precisa de internações sucessivas. Para trilhar esse caminho, o MEC sugere articular a programação de atendimento em dois momentos. No primeiro, o docente trabalha com os conteúdos definidos num currículo próprio, geral, que tem por base os Parâmetros Curriculares Nacionais. "É para evitar atrasos em caso de demora no envio dos materiais pela escola de origem", explica Rosemary Hilário, coordenadora do Hospital do Câncer. No segundo, já de posse da papelada, a equipe do hospital adapta o trabalho pedagógico de acordo com o histórico do aluno, muitas vezes lançando mão de uma avaliação inicial. Uma articulação especial é necessária quando o estudante apresenta um quadro clínico que requer idas e vindas constantes. É o caso de Eula Carla de Lima, 12 anos. Ela está na 6ª série, sofre com displasia (anomalia) na tíbia esquerda e precisa passar por cirurgias frequentes, também no Hospital do Trabalhador. Para ela, o ano escolar acontece simultaneamente na unidade regular em que estava matriculada e no hospital. Mas, como contam os profissionais, a questão mais delicada em todo o trabalho é lidar com a morte. Enquanto esta reportagem estava sendo feita, uma aluna do Darcy Vargas faleceu. Para Rosemary, são coisas que acontecem. "Temos de encarar da mesma forma que faríamos em uma turma regular", argumenta. "E, na hora que os familiares chegam para conversar com você, não podemos esquecer que não somos psicólogos para dar orientações. A melhor coisa é ouvir." Atualmente, já existem até cursos de especialização para ajudar os professores a enfrentar e se adaptar a todas essas situações.

Obrigação está na lei
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deu início à formalização do funcionamento das classes hospitalares, determinando aos governos "garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular". Em 2001, o Conselho Nacional de Educação, no artigo 13º da Resolução nº 2, tratou da obrigatoriedade do sistema e utilizou, pela primeira vez, a nomenclaura "classe hospitalar". Desde então, ficou definido que "os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio". Com base nas regras anteriores, a Secretaria de Educação Especial do MEC elaborou em 2002 os termos reguladores que detalham o trabalho dentro das unidades de Saúde. Cabe aos estados e municípios adaptar essa legislação nacional e traçar orientações específicas para cada rede de ensino.

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BLOGS QUE FALAM SOBRE A CLASSE HOSPITALAR:


Blog: Classe Hospitalar Sulivan Medeiros

CLASSE HOSPITALAR SULIVAN MEDEIROS
Hospital Educational Provision/Atencion Escolar HospitalariaINFORMATIVO SEMESTRAL (ano 10, no18) - JUNHO, 2009Half-Yearly Newsletter (year/año 10, n 18) – June/Junio, 2008Editorial

O grande empenho deste ano de 2009 está voltado para a realização bem sucedida do 6º Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar que acontece entre os dias 8 e 11 de setembro de 2009 na Universidade LaSalle na cidade de Niterói/RJ. O incansável trabalho da comissão organizadora acrescentou ao evento sua primeira versão internacional e também a fluminense. Paralelamente, teremos as reuniões e a assembleia geral da Rede Latinoamericana e do Caribe pelo direito à educação de crianças e jovens hospitalizados ou em tratamento (REDLACEH), organização esta que busca um maior intercâmbio com a comunidade brasileira atuante na educação da criança hospitalizada.Esperamos que todos os professores possam participar, o que, sem dúvida, contribuirá para com a prática escolar diária no ambiente hospitalar. Reconhecemos que são estes os profissionais que, ao longo dos anos, têm contribuído para o êxito de eventos desta natureza. Para se beneficiar do atendimento, o estudante deve ter atestado médico datado, carimbado e com o registro do perí­odo necessário de afastamento da sua escola de origem. Várias ações têm sido concretizadas com sucesso. A Biblioteca Itinerante tem proporcionado aos estudantes contato com a literatura infanto-juvenil, contribuindo para a formação de crianças leitoras. A utilização de materiais concretos como: material dourado, blocos lógicos, ábaco, alfabeto móvel imantado, réguas numéricas e outros materiais, têm contribuí­do para a formação de conceitos e real apropriação dos conteúdos trabalhados. Os estudantes envolvidos ficam entusiasmados e motivados com o atendimento pedagógico domiciliar, estabelecendo uma relação muito positiva com a aprendizagem, que os faz sorrir para o presente e futuro. O Hospital e Maternidade de Interlagos promoveu um concurso de Escritor Mirim de Contos em comemoração ao 3º Aniversário da Sala de Leitura "Zélia Gattai" no qual alguns dos alunos do Hospital Infantil Candido Foutoura (SP) participaram e ficaram entre os finalistas. Foram eles: Rogério Silva Junior e Stefani Mendoza. A premiação aconteceu no dia 27/03/2009 no ambulatório da Maternidade Interlagos. Como as crianças estavam internadas não puderam comparecer, mas a mãe do Rogério e a professora Ângela Maria Sanchez do Hospital Infantil Candido Fontoura lá estavam para representá-los e receber os certificados das mãos da diretora técnica de departamento Dra.Sandra Regina Sestokas Zorzetos. Para mais detalhes e fotos, visite http://www.classehospitalarhicf.blogspot.com.br/.Sônia Aparecida dos Santos Pereira (Fundação Hemominas) participou na Argentina de 20 a 29 de abril de 2009 de um programa de capacitação oferecido pela Federação Mundial de Hemofilia. Ela conheceu a estrutura argentina de atendimento integral aos portadores de hemofilia e o atendimento escolar oferecido. Ela destacou o atendimento escolar domiciliar, no qual o paciente recebe um professor em casa enquanto está em tratamento para que tal aluno não fique defasado no aprendizado ao voltar à escola. Para consultar toda a matéria, acesse http://www.hemominas. mg.gov.br/hemominas/noticias/pedagoga_programa_internacional.html.Iniciou-se na Argentina em 25/04/2009, sob a responsabilidade das Professoras Susana Guzmán e Maria Beatriz Fili, um curso semipresencial de capacitação para o trabalho em escolas hospitalares e domiciliares. A duração será de 6 meses. A Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sediou no dia 29 de abril de 2009 o segundo encontro do Fórum Estadual de práticas Pedagógicas em Espaço Hospitalar. A conferência de abertura foi sobre “Tendências atuais em atendimento pedagógico hospitalar”. Houve também mesas de debate e apresentação de experiências. Para detalhes, visite o endereço http://observatorio-educacional.blogspot.com/2009/05/forum-estadual-de-atendimento.html.Durante a última semana do mês de maio, o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (SAREH) da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, realizou mais uma etapa de capacitação de professores que atuam no ambiente hospitalar. Houve palestras de professores e pesquisadores da área da educação e do atendimento escolar hospitalar de universidades do Paraná e do Rio de Janeiro. Um dos momentos mais ricos foi o da apresentação pelos professores do trabalho escolar que realizam nos oito hospitais que contam com esta modalidade de atendimento. O evento terá uma versão impressa que também estará disponível na página do SAREH, www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/educacaohospitalarPublicações/Publishing/PublicacionesA publicação sobre classes hospitalares que saiu na Revista Escola (março/2009) foi impecável nos aspectos legais. Entretanto no que diz respeito ao quantitativo de escolas em hospitais e da clientela atendida por esta modalidade de ensino houve equívocos. O INEP reconheceu que, provavelmente, muitas das instituições que constam no levantamento de fato não são escolas hospitalares. Uma avaliação está sendo realizada e assim que tenhamos um posicionamento deste órgão o estaremos partilhando com todos. Sendo assim, mantemos nosso quantitativo de, até o momento, 111 hospitais com atendimento escolar.A professora Ângela Sanchéz (Hospital Infantil Candido Fontoura/SP) informou sobre o ‘Jornal Escola’ e o ‘Programa Ler e Escrever’ desenvolvidos com os alunos de sua escola hospitalar. Para detalhes, acesse o endereço do concurso no Hospital Interlagos, citado anteriormente neste mesmo informativo.As terapeutas ocupacionais Aide Mitie Kudo e Priscila Bagio Maria lançaram o livro O Hospital pelo Olhar da Criança, pela Yendis Editora. O evento foi realizado no dia 27 de maio de 2009 às 8h30m no anfiteatro 1 do Instituto da Criança do HC FMUSP. Para maiores informações entrar em contato pelos telefones (11)3069-8559 ou (11)7464-1163.Já se encontra disponível a segunda edição, revista e atualizada, do livro Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar. A publicação é da Editora Memnon. Detalhes na página http://www.memnon.com.br/.A Professora Veruska Yokoshiro (coordenadora do Instituto Criança Viva, Salvador/BA) é a autora do capítulo ‘A importância da escola para crianças e adolescentes hospitalizados’ que foi publicado no livro Diagnóstico em Pediatria organizado pela Dra. Luciana Rodrigues Silva, professora titular de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFBA. Detalhes pelo e-mail: mailto:programacriancaviva@ig.com.br.A Rede Latinoamericana e do Caribe pelo Direito à Educação da Criança ou Jovem Hospitalizado ou em tratamento (REDLACEH) com sede no Chile, tem uma página na internet. O endereço é http://www.redlaceh.com/. O professor Armando Arosa (armandoarosa@yahoo.com.br) informa sobre a revogação no início deste ano da portaria que criou, ao final de 2008, o Núcleo de Educação em Ambiente Hospitalar (NEAH) como parte do sistema educacional da Prefeitura de Niterói e que divulgamos no informativo anterior. É lamentável para as crianças hospitalizadas que podem ter comprometida a continuidade de sua escolaridade. Está confirmada a realização do 6º Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar. O evento acontecerá no período de 8 até 11 de setembro de 2009 na Universidade LaSalle na cidade de Niterói. Para todas as informações consulte o endereço http://inscricaonoencontro.blogspot.com/. As inscrições já se encontram abertas e devem ser feitas na página da editora Intertexto no endereço http://www.intertextoeditora.com.br/. Não perca o prazo para o envio de trabalhos. Bem vindos!A Rede Latinoamericana e do Caribe pelo Direito à Educação da Criança ou Jovem Hospitalizado ou em tratamento (REDLACEH) realizará, nos dias 6 e 7/9/2009 no Hotel Fagundes Varela (Niterói, RJ) e nos dias 8, 9 e 10/9/2009, paralelo ao 6º Encontro Nacional na Universidade LaSalle, reuniões com seus membros e sua assembleia geral.Em 2010 teremos na cidade de Munique (Alemanha) o VII Congresso Europeu de Educação Hospitalar. Fique atento à pagina da HOPE http://www.hospitalteachers.eu/ para mais informações.Também no ano que vem, teremos uma reunião sobre educação no ambiente hospitalar que deve acontecer na Espanha com a participação da REDLACEH. Obtendo mais detalhes, divulgaremos no próximo informativo.Agradecimentos/Acknowledgments/AgradecimientosÀ bolsista de extensão Bárbara Braga Wepler, graduanda de Pedagogia da Faculdade de Educação (UERJ), que tem cuidado da listagem de mala direta e dos contatos feitos à página sobre atendimento escolar hospitalar e ao e-mail da mesma. Assim, o informativo semestral está sendo editado e divulgado de acordo com o cronograma previsto. Muito obrigada!A todos que continuam partilhando suas experiências e conquistas o que, em muito contribui para que possamos ter um informativo dinâmico e que, solidariamente, une aqueles que se interessam pelo atendimento escolar hospitalar. Os alunos hospitalizados certamente aprendem muito com esse exemplo de cidadania dos professores nos hospitais. Parabéns para todos!Visite la página sobre atención escolar hospitalariahttp://www.escolahospitalar.uerj.br/e-mail: escolahospitalar@uerj.br
(INFORMATIVO ESCOLA HOSPITALARES)
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Blog: Um Novo olhar Psicopedagógico

O QUE É A PEDAGOGIA HOSPITALAR?
É um processo educativo fora do espaço escolar que propõe desafios aos educadores e possibilita a construção de novos conhecimentos e atitudes. Fonseca (2003.p.22) define como: A pedagogia hospitalar em sua pratica pedagógica educacional diária visa dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, com o objetivo de sanar dificuldades de aprendizagem e /ou oportunizar a aquisição de novos conteúdos.Atuando também com um acompanhamento do aluno fora do ambiente escolar, esta se propõe a desenvolver suas necessidades psíquicas e cognitivas utilizando programas lúdicos voltados a infância, entretanto sua ênfase em programas sócio-interativa, vinculando-se aos sistemas educacionais como modalidade de ensino educação especial ou ao sistema integral – atendimento pedagógico educacional hospitalar.

CLASSE HOSPITALAR DIREITO DE TODA A CRIANÇA E ADOLESCENTE HOSPITALIZADO GARANTIDO EM LEI REFERENTE A EDUCAÇAO DA CIRANÇA.O atendimento educacional da criança e adolescente hospitalizado através de uma classe hospitalar ou atendimento domiciliar é legal e segundo as Diretrizes Nacionais para a educação especial na educação básica, a classe hospitalar consiste em um Serviço destinado a prover mediante atendimento especializado, a educação escolar;ü A alunos impossibilitados de freqüentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial (Brasil 2001.p.51).
Para que esta classe hospitalar tenha por objetivo a prática pedagógica é importante que a sociedade seja conhecedora de seus direitos que se firma em diversas esferas da lei, garantidas a educação da criança: Lei de Diretrizes e Bases da educação número 9394/96, artigo 58 parágrafo 2.“O atendimento será feito em classe, escolas ou serviços especializados, sempre que em função das condições especificas dos alunos, não foi possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular “(Brasil 2001).
Estatuto da criança e do adolescente capitulo II seção I artigo 90.“as entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção sociais-educativas destinadas à criança e adolescentes em regime VII internação.

QUEM É O PROFSSIONAL?
O professor é o profissional da classe hospitalar, devendo ser habilitado com especialização adequada conforme a LDB (Lei de Diretrizes e Base da educação 9393/96).Desenvolve os mesmos objetivos da escola regular com adaptações necessárias.Seu objetivo é restaurar os laços com o cotidiano escolar, proporcionando aos alunos hospitalizados uma melhor interação social.

O ALUNO DA CLASSE HOSPITALAR
Trata-se de crianças e adolescentes em idade escolar que por longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados de seguir o seu ano letivo.A criança hospitalizada tem interesses, desejos e necessidades como qualquer criança, deve ser vista de modo integral, devendo se incentivada e envolvida em atividades para que haja sensação de bem estar.

CURRICULO IDEAL
Para construir a grade ideal de pedagogia foi pesquisado varias grades curriculares de graduação de pedagogia pós e extensão em pedagogia hospitalar. Analisado cada disciplina necessária par a formação do pedagogo apto a atuar nas redes escolares de nas classes hospitalares.Nossa grade ideal tem duração de 4 anos e propõe um currículo inovador que possibilite o profissional exercer funções que vão alem dos muros da escola, atendendo uma demanda de pacientes carentes deste profissional no mercado de trabalho.

CONCLUSÃOA
pedagogia hospitalar deve ser caracterizada como ponto decisivo, pois contribuirá na qualidade de vida do paciente durante o tempo de internação. Propiciando-lhe momentos de alegria, recuperando seu entusiasmo, socializando-o e fazendo com que ele volte a sentir vontade de viver. Por isso, acreditamos que a pedagogia hospitalar em nível de graduação não é um sonho distante, é possível, pela necessidade de profissionais da educação na classe hospitalar.
Humanizar é tomar para si a dor alheira num ato de amor extremo.A escola hospitalar mantém o vinculo do individuo com o mundo fora do hospital.O ajuda a melhorar a sua auto-estima e compreender sua própria condição de saúde... e reduz seu tempo de internação (Fonseca,2003)Humanizar é tornar-se melhor tendo como intuito apenas o amor.Humanizar é um afeto espontâneo em que o doador se sente bem e o receptor sente-se amenizado.Humanizar é um exercício gratificante de dedicação e amor.Não deixe de sonhar e o sonho de uma criança é a recompensa do nosso trabalho.
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Blog: Classe Hospitalar H.I.C.F.


Hospital Infantil Cândido Fontoura

Localizado no bairro da Água Rasa à Rua Siqueira Bueno nº. 1757, Zona Leste da Cidade de São Paulo, foi inaugurado em 30 de Setembro 1958 e pertence à Secretaria Estadual da Saúde.Referência no atendimento a crianças e adolescentes, oferece pronto-atendimento 24 horas, internação hospitalar, ambulatório de especialidades pediátricas, além de cirurgias de pequeno e médio porte, UTI pediátrica, UTI neo-natal, berçário externo e atendimento em diversas especialidades.

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Blog: Quando a escola é no Hospital

Proposta de Lei que cria a escola no hospital
Proposta de Lei que institui no âmbito dos Municípiosas Unidades de Educação em Ambiente HospitalarPor Armando C. Arosa
armandoarosa@yahoo.com.brObs.: O presente texto não tem caráter acadêmico, mas tem o objetivo de oferecer subsídios para discussão de uma forma possível de regulamentar a escola no hospital.Texto em contrução.Os primeiros ensaios de intervenção escolar em hospitais ocorreram na França em 1935 e, posteriormente, na Alemanha e Estados Unidos. O atendimento a criança hospitalizada cresceu sensivelmente após a Segunda Guerra Mundial, quando alguns países da Europa receberam, como fruto cruel deste conflito, crianças mutiladas e com doenças contagiosas como a tuberculose, por exemplo, considerada fatal à época.A ação educativa no espaço hospitalar mais antiga no Brasil ocorre a desde 1950, no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro. Durante os anos seguintes, este trabalho é ampliado, passando a ser desenvolvido no Hospital Barata Ribeiro, mas ainda sem nenhum vínculo ou regulamentação junto à Secretaria de Educação. Os Diretores destes dois hospitais procuraram o órgão responsável do então Estado da Guanabara, na tentativa de regulamentar o serviço. Deste movimento surge a vinculação do atendimento educativo no hospital com a Secretaria de Educação, passando a ser denominado “Classe Hospitalar”.Hoje, no Brasil, Classe hospitalar é a denominação do atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambiente de tratamento de saúde em circunstância de internação ou ainda na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. É compreendida na modalidade de Educação Especial por atender crianças e/ou adolescentes considerados com necessidades educativas especiais em decorrência de apresentarem dificuldades no acompanhamento das atividades curriculares por condições de limitações específicas de saúde. Tem por objetivo propiciar o acompanhamento curricular do aluno quando este estiver hospitalizado, garantindo-se a manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo flexibilizado.O processo de consolidação da classe hospitalar vem ocorrendo num cenário em que os movimentos sociais lutam em favor dos direitos da criança (em especial da criança deficiente) e se inscreve como parte do processo de redemocratização, que se expressa na Constituição Federal de 1988, que estabelece que a educação é direito de todos, devendo ser efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Esse direito é ratificado na Lei nº 8.069 de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na Lei nº 9.394 de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Esta última prevê também que os Municípios incumbir-se-ão de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, baixar normas complementares para o seu sistema de ensino e autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;Parte desse processo se reflete também na edição da Resolução nº. 41 de 13 de outubro de 1995 – CONANDA - CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, que dispõe sobre os direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados. Neste instrumento, a ação educativa hospitalar ganha mais força e visibilidade, aparecendo no cenário nacional com status de obrigação legal. Isto coloca a ação educativa no hospital como parte de uma série de transformações pelas quais o Brasil vem passando na tentativa de colocar a educação e a saúde como direito de todos os/as cidadãos/ãs. Essa Resolução prevê que toda criança hospitalizada tem direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital.O Conselho Nacional de Educação, em 2001, tratou da obrigatoriedade e utiliza a nomenclatura "classe hospitalar", no artigo 13 da Resolução nº 2. A partir desse momento, então, fica indicado que os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar às aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio.Diz a referida Resolução :Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio.§ 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular.§ 2o Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de freqüência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende o aluno.Em dezembro de 2002, com base na legislação vigente, a Secretaria de Educação Especial do MEC edita o documento intitulado Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, em que se encontram os princípios, os objetivos e as formas de organização e funcionamento administrativo e pedagógico das classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliarNesse documento vemos que:O atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho pedagógico das Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação, como também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam.Esse documento entende que atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando de freqüentar a escola ou esteja ele em casas de passagem, casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade.Todavia, embora a legislação reconheça o direito da criança de receber esse tipo de atendimento (pedagógico-educacional, durante o período da internação), esta oferta ainda é muito restrita; conseqüentemente, não garante a todas as crianças esse direito, o que acaba gerando mais desigualdade, à medida que se caracteriza como privilégio de algumas poucas.Desse modo, é de extrema importância que os Municípios e os Estados criem uma unidade de atendimento educacional em ambiente hospitalar. Esse passo representa um grande avanço na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, garantindo a todas as crianças o acesso ao saber socialmente construído.Para se compreender como se dá esse movimento, é importante que alguns elementos sejam ressaltados. Há a necessidade de que as Unidades Municipais de Educação em Ambiente Hospitalar - UMEAH sejam vinculadas à Secretaria Municipal de Educação, uma vez que fará parte da rede Municipal de Ensino, utilizando recursos, equipamentos, profissionais e demais elementos que caracterizam o atendimento como escolar. Pertencerá, portanto, à rede regular de ensino, sem se configurar como uma escola especial.Outro elemento diz respeito à necessidade de ser instalada uma UMEAH em cada Unidade Municipal de Saúde que promova internação ou tratamento ambulatorial pediátrico. A legislação vigente e as orientações do MEC apontam para que as crianças tenham direito à educação escolar nessa modalidade de atendimento independentemente do tempo da internação hospitalar, do tratamento ambulatorial ou em seu domicílio. Nesse último aspecto, vale vincular também à Secretaria Municipal de Educação a avaliação a ser realizada, no sentido de se decidir as estratégias administrativas e didático-pedagógicas a serem adotadas.As normas de funcionamento da UMEAH serão consignadas em Regimento Escolar Próprio a ser instituído pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Nesse documento ficam estabelecidas as formas administrativas de abordagem das questões como: modalidade de matrícula; registro, apuração e controle de freqüência das crianças atendidas; elaboração, guarda e expedição de documentos; atribuições das equipes docente e de gestão da unidade; delimitação dos setores que compõe tal unidade; trânsito dos profissionais nos ambientes do hospital, normas de segurança e prevenção, bem como os demais elementos que contém uma unidade de ensino.Vale trazer aqui, também, a Lei nº 9.394, quando estabelece que a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Sendo assim, a Secretaria Municipal de Educação deverá prever em sua proposta pedagógica a forma de organização da escolaridade desenvolvida em ambiente hospitalar. A UMEAH deverá, portanto, construir tamém seu Projeto Político Pedagógico.Para que se garantam os recursos para seu pleno funcionamento, a Secretaria Municipal de Educação deve ser a mantenedora da UMEAH, inclusive determinando que a equipe docente e a equipe gestora de cada UMEAH sejam compostas por profissionais de educação do seu quadro efetivo de servidores.Quanto a esses profissionais, é necessário que, no âmbito da Secretaria Municipal de Educação, seja consolidada uma política de formação continuada em serviço que promova a construção de conhecimentos, valores e práticas que contribuam para sua formação plena. Mas é igualmente importante que se discutam questões acerca das potencialidades e necessidades específicas atinentes ao seu trabalho cotidiano, lembrando que não há, salvo engano, curso de graduação específico para essa modalidade de atendimento, sendo possível encontrar cursos de Pós-graduação lato sensu, tanto em Educação Especial quanto em Pedagogia Hospitalar.Como é uma modalidade de atendimento educacional relativamente nova e pouco conhecida, é bom também que se garantam aos profissionais do magistério seus direitos e vantagens, uma vez que quando afastados da escola convencional alguns desses direitos e vantagens são perdidos, como, por exemplo, aposentadoria especial e gratificação por regência de turma. Esse é mais um argumento administrativo, além de outros de caráter pedagógico não mencionados neste texto, para se instituir a escola no hospital, por meio da UMEAH.É urgente que se criem condições para que todas as crianças sejam atendidas em seus direitos, todavia sabemos das dificuldades por que passam muitos municípios, por isso é necessário que seja oferecido um prazo para que as prefeituras organizem seus recursos e criem as UMEAHs. Esse prazo não pode ser muito elástico e deve ser o suficiente para as adequações orçamentárias a serem realizadas, bem como para a formação dos profissionais que atuarão na unidade.Por fim, convicto do elevado alcance social da iniciativa, apresento uma proposta de texto legal que possa servir de parâmetro para discussão em sua cidade. Em cada município há particularidades que suscitarão adequações e correções na presente proposta, que pode ser acolhida pelo Prefeito, mandando-a como Mensagem à Câmara Municipal, ou ainda ser apresentada por um Vereador, como Projeto de Lei a ser votado pela casa legislativa de sua cidade.Realizadas as adaptações legais e redacionais, tal proposta pode ser igualmente apresentada em nível estadual, às Assembléias Legislativas, para criação das referidas Unidades no âmbito das Secretarias Estaduais de Educação.Lembro que as possíveis imperfeições nela contidas precisam ser sanadas e decorrem do fato de ter sido elaborada por quem não tem conhecimento jurídico. Ressalto também que esse movimento se inscreve no mesmo movimento que deseja ver o direito ao conhecimento garantido a todos os cidadãos. Sendo assim, no momento em que muitos municípios discutem seus Planos Municipais de Educação, é desejável que haja um amplo debate a respeito do tema e que a promulgação da Lei seja o reflexo da vontade de cidadania que deve caracterizar as ações de todos os legisladores, que por natureza de suas funções também são educadores.MENSAGEM ou PROJETO DE LEI Nº .............. DE ..............DE................DE 2009Cria as Unidades Municipais de Educação em Ambiente Hospitalar - UMEAHO Prefeito Municipal do Município de ...................................., do Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições, sanciona a seguinte Lei:Considerando a Constituição Federal;considerando as determinações legais da Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996;considerando as disposições da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990;considerando o disposto na Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001;Art. 1º - Ficam criadas as Unidades Municipais de Educação em Ambiente Hospitalar - UMEAH, vinculadas à Secretaria Municipal de Educação, a serem instaladas em cada Unidade Municipal de Saúde que promova internação ou tratamento ambulatorial pediátrico administrada pelo Sistema Municipal de Saúde.Art. 2º - Cada UMEAH tem como atribuição promover o atendimento educacional às crianças em idade escolar que se encontram em situação de internação, atendimento ambulatorial ou domiciliar, promovido pelo Sistema Municipal de Saúde.Parágrafo Único - O atendimento educacional às crianças de que trata o caput deste artigo será realizado na modalidade de atendimento domiciliar, mediante avaliação a ser realizada pela Secretaria Municipal de Educação, ficando administrativa e pedagogicamente vinculada à UMEAH mais próxima da residência da criança atendida.Art. 3º A Secretaria Municipal de Educação deverá estabelecer as diretrizes didático-pedagógicas para o funcionamento da UMEAH.§ 1º. Cada UMEAH construirá seu Projeto Pedagógico, em consonância com as diretrizes didático-pedagógicas de que trata o caput deste artigo§ 2º. Cada UMEAH terá seu funcionamento regido por Regimento Escolar, próprio a ser instituído pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.Art. 4º Aos servidores designados para exercício na UMEAH ou para o atendimento educacional domiciliar, em efetivo exercício da função, ficam assegurados todos os direitos e garantias atinentes ao profissional que desempenha atividades de magistério, bem como aqueles direitos que possa adquirir em função do exercício profissional em ambiente hospitalar.Art. 5º- A Secretaria Municipal de Educação deve garantir os recursos materiais e financeiros, bem como a lotação dos servidores necessários ao pleno funcionamento de cada UMEAH.Parágrafo Único - A equipe docente e a equipe gestora de cada UMEAH serão compostas por profissionais de educação do quadro efetivo da Secretaria Municipal de Educação, que tenham habilitação ou formação em serviço que atenda às necessidades da demanda pedagógica.Art. 6º A municipalidade terá o prazo de 12 meses a contar da publicação desta Lei para atender às suas determinações.Art. 7º A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as atribuições em contrário......................., .............de.................de.....................PrefeitoBibliografia consultada:AROSA, Armando C. e SCHILKE, Ana Lucia (orgs). A escola no hospital: espaço de experiências emancipadoras. Niterói: Intertexto, 2007.__________ Quando a escola é no hospital. Niterói: Intertexto, 2008.BRASIL. Constituição Federal. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituiçao_Compilado.htm_________Lei nº 9.394 de 1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm_________Lei nº 8.069 de 1990; Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm_________ Resolução CNE/CEB Nº 2 de 2001. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf_________ Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar : estratégias e orientações. / Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC ; SEESP, 2002.__________ CONANDA. Resolução nº. 41 de 13 de outubro de 1995. Disponível em http://www.mp.rs.gov.br/infancia/legislacao/legislacao/id2178.htm?impressao=1&
Postado por Escola no hospital às
20:34
Sexta-feira, 17 de Abril de 2009

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Blog: Sareh - Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar





ESCOLARIZAÇÃO HOSPITALAR NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL DE MARINGÁ






QUEM SOMOS

Somos uma Equipe de Educadores que desenvolve um programa de Escolarização Hospitalar no Hospital Universitário Regional de Maringá.Trata-se do Programa SAREH, que traz a escolapara dentro do hospital, atendendo adolescentes, jovens e adultos hospitalizados, que estejam cursando 5ª a 8ª Série, Ensino Médio e EJA.O atendimento pedagógico/hospitalar tem equivalência de frequência e conteúdo.Após a alta, o trabalho é enviado para a escola deorigem dos alunos, através de relatório.Com isso eles não perdem aulas e nem ficam com faltas.Aqui nesse espaço, serão registradas atividades, comemorações, eventos, dicas de livros, links e tudo o mais que for interessante a respeito deClasse Hospitalar.
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MAIS:
No site abaixo você encontrará material de estudos e pesquisas sobre atendimento escolar hospitalar:
www.escolahospitalar.uerj.br/estudos.htm

Estudos e pesquisas divulgados:
O comportamento da criança pequena durante exames médicos
Escola hospitalar: uma modalidade válida de atendimento
Atendimento pedagógico:educacional hospitalar: realidade nacional
Escolas hospitalares nos países de língua espanhola
A criança pequena na escola hospitalar e seu atendimento pedagógico-educacional.
Escolas hospitalares no Brasil
Pesquisa Escolas Hospitalares: atualização de dados

DEFICIÊNCIA AUDITIVA



COMO DETECTAR SINAIS DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM SALA DE AULA

Sinais de deficiência auditiva
• As primeiras palavras aparecem tarde (3 a 4 anos);
• Não responde ao ser chamado em voz normal;
• Quando está de costas, não atende ao ser chamado;
• Fala em voz muito alta ou muito baixa;
• Vira a cabeça para ouvir melhor;
• Olha para os lábios de quem fala e não para os olhos;
• Troca e omite fonemas na fala e na escrita.

O que você pode fazer?
Orientar os pais a procurar profissional especializado (médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo).

Sugestões para a convivência com pessoas surdas ou com deficiência auditiva
• Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque levemente em seu braço;
• Se ela fizer leitura labial, fale de frente para ela e não cubra sua boca com gestos e objetos. Usar bigode também atrapalha;
• Quando estiver conversando com uma pessoa surda, pro­nuncie bem as palavras, mas não exagere. Use a sua veloci­dade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar;
• Não adianta gritar;
• Se souber algumas palavras na língua brasileira de sinais, tente usá-las. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas;
• Seja expressivo. As expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão boas indicações do que você quer dizer, em substituição ao tom de voz;
• Mantenha sempre contato visual; se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou;
• A pessoa surda que é oralizada (ou seja, que aprendeu a falar) pode não ter um vocabulário extenso. Fale normalmente e, se perceber que ela não entendeu, use um sinônimo (carro em vez de automóvel, por exemplo);
• Nem sempre a pessoa surda que fala tem boa dicção. Se não compreender o que ela está dizendo, peça que repita. Isso demonstra que você realmente está interessado e, por isso, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for necessário para que sejam entendidas;
• Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar, seja qual for o método.

Como você pode ensinar um aluno surdo?
Você pode desenvolver o processo de aprendizagem com o aluno surdo adotando a mesma proposta curricular do ensino regular, com adaptações que possibilitem:
• o acesso ao conteúdo, utilizando sistemas de comunicação alternativos, como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a mímica, o dese­nho, a expressão corporal;
• a utilização de técnicas, procedimentos e instrumen­tos de avaliação compatíveis com as necessidades do aluno surdo, sem alterar os objetivos da avaliação, como, por exemplo, maior valoriza­ção do conteúdo em detrimento da forma da mensagem expressa.
Você sabia que é errado dizer “surdo-mudo”? Algumas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Elas não são mudas, porque podem emitir sons. A pessoa muda é aquela que não consegue emitir nenhum som. As pessoas surdas podem se comunicar de várias formas, uma delas é através da língua de sinais, que funciona como uma linguagem gestual.

Sugestões de apoio ao aluno com deficiência auditiva:
• Os alunos com deficiências auditivas devem ficar sempre na primeira fila na sala de aulas. Dependendo da condição sócio-econômica da família e do tipo de surdez, o aluno pode utilizar um recurso acústico (Aparelho Auditiva e/ou Sistema de FM), para amplificar o som da sala;
• Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim, o professor e os colegas devem falar o mais claramente possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil para estes alunos anotarem nas aulas, durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o professor fala;
• É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência, assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento das palavras e do conteúdo da aula a ser lecionada. Pode também justificar-se a utilização de um intérprete que use a língua brasileira de sinais;
• Este estudante pode necessitar de tempo extra para responder aos testes;
• Fale com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz;
• Evite estar em frente à janela ou outras fontes de luz, pois o reflexo pode obstruir a visão;
• Quando falar, não ponha a mão na frente da boca;
• Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa (ex.: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois e não simultaneamente);
• Repita as questões ou comentários durante as discussões ou conversas e indique (por gestos) quem está a falar, para uma melhor compreensão por parte do aluno;
• Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, para assegurar que foram entendidas;
• Durante os exames, o aluno deverá ocupar um lugar na fila da frente. Um pequeno toque no ombro dele poderá ser um bom sistema para chamar-lhe a atenção, antes de fazer um esclarecimento.

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FALAR COM AS MÃOS - DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Edição 221 Abril 2009 (Nova Escola - Veja reportagem completa)

Levar os surdos para a sala regular exige nova postura do professor, tato para lidar com o intérprete e, acredite, muitas explicações orais

O VALOR DA FALA NAS AULAS COM SURDOS




A professora de Geografia Marilda Dutra, de São José, na Grande Florianópolis, aprendeu rápido que o uso do quadro-negro precisa ser revisto. Acostumados com a comunicação oral, os alunos com deficiência têm maiores dificuldade para ler. "Quando escrevo, é mais difícil perceber quem entendeu. Se explico, vejo no rosto de todos (dos que escutam e não) se estão acompanhando. Desenho e gesticulo o quanto precisa.".



A inclusão de crianças com deficiência auditiva sempre foi polêmica, mas recentemente ganhou um novo rumo em nosso país. De acordo com a política do governo federal, elas não devem mais ficar segregados nas escolas especiais e precisam estudar desde cedo em unidades comuns, com um intérprete que traduza todas as aulas para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o contraturno preenchido por atividades específicas para surdos. Problema resolvido? Nem de longe. Enquanto entidades do setor ainda denunciam a falta de estrutura para a implementação das regras, os docentes já começam a receber parte dessa nova clientela e estão criando formas próprias de trabalho - muitas com sucesso. Não é uma tarefa fácil nem existe uma fórmula conceitualmente correta para lidar com a situação. Cada caso é um caso. A professora de Geografia Marilda Dutra, da EE Nossa Senhora da Conceição, em São José, na Grande Florianópolis, por exemplo, aprendeu uma lição curiosa logo nos primeiros dias de trabalho. Para ensinar quem não ouve, ela tem de falar mais. A maior mudança foi deixar o giz em segundo plano. Cada tipo de relevo, clima e vegetação precisava de fotografias, desenhos, gravuras e muitos exemplos verbais. Em vez de simples mapas, o mundo passou a ser representado em bolas de isopor para facilitar a compreensão dos meridianos.
Maria Inês Vieira, coordenadora do Programa de Acessibilidade da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Derdic-PUC), explica o motivo da necessidade de rever o uso do quadro-negro. "Mesmo que o surdo já saiba ler e escrever em português, ele demorará mais para entender orientações por escrito", diz. A especialista ensina que o ouvinte entende a sequência de palavras escritas porque tem uma cultura prévia oral. Já quem não ouve está sendo apresentado ao português como um todo e não conhece a organização da língua. "Os conjuntos de palavras podem não fazer sentido na maneira como ele aprendeu a pensar. É como traduzir apenas as palavras de um texto em alemão ou chinês. Não é o suficiente para a compreensão do todo", diz. Em Florianópolis, a professora de Matemática Silvana Maria Soster teve outra reação no início do ano passado, quando foi informada pela direção da EM Luiz Cândido da Luz que uma de suas classes da 2ª fase do ciclo 2 (equivalente ao 5º ano, mas já com um docente por disciplina) teria quatro alunos surdos. "Tomei um susto. Nunca tinha passado por isso e pensei: será que posso?", conta. Para Roseli Baumel, educadora livre-docente especializada em Educação Especial da Universidade de São Paulo (USP), esse tipo de dúvida é natural. "Temos de ser honestos e admitir que não estamos prontos", orienta a especialista.



Recebi um aluno surdo. E agora?



Peça ajuda. Esse é o conselho da professora livre-docente Roseli Baumel, da Faculdade de Educação da USP. Ela divide esse S.O.S. em quatro partes:


Família A participação da família ajuda em qualquer caso, mas, se o aluno é surdo, a conversa precisa ser mais constante e aprofundada. Descubra como é a comunicação em casa, desde a linguagem utilizada até o que mais chama a atenção da criança.


Entidades Procure apoio em uma instituição que atenda os deficientes, como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro. Muitos oferecem aulas de libras e dicionários da língua e auxiliam na escolha de materiais para facilitar o aprendizado. Enquanto a escola não tem sala de apoio, algumas ONGs podem dar aulas de libras e reforço às crianças no contraturno.


Professores Converse com outros docentes do aluno, de disciplinas diferentes ou anos anteriores. Procure repetir experiências de sucesso e pergunte também o que não funcionou para evitar os mesmos erros. Busque exemplos em outras unidades de ensino. "É preciso debater o ensino, fazer encontros e trocar informações", diz Roseli.


Governo Os alunos têm direito a um intérprete, e a escola, a materiais apropriados e a uma sala multidisciplinar. O governo também deve oferecer cursos de libras para os professores. As aulas devem ser dadas em faculdades que fazem convênio com o Ministério da Educação. Além disso, unidades com mais de 100 alunos podem pedir recursos para a montagem de uma sala de apoio pelo Programa Escola Acessível. Informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-61-6161.




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Um comercial produzido na Tailândia:
É a história de uma menina surda que aprende a tocar violino contra todos os reveses, principalmente de uma colega pianista maldosa.É um comercial de shampoo, da Pantene com a temática "lição de vida", mostrando o que se pode fazer com o coração.Nenhuma referência é feita ao produto (shampoo) até o fim do comercial:"Você pode brilhar". A música tema é o Canon in D, de Johann Pachelbel.
Vale a pena assistir, Clique no endereço abaixo:

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fim do isolamento dos índios surdos

Edição 208 12/2007 (Nova Escola - Veja reportagem completa)

Conheça o desafio das escolas indígenas em educá-los na língua portuguesa, no idioma da aldeia, na linguagem de gestuais própria da tribo e na língua brasileira de sinais

Amarildo é surdo e se comunica na escola por meio de quatro linguagens diferentes













Amarildo Inácio, índio da etnia caingangue, tem 15 anos e desde 2004 está vivendo uma experiência bastante rica: estudar de verdade. Até então, a Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkre, em Ipuaçu, a 511 quilômetros de Florianópolis, onde está matriculado desde a 1ª série, não tinha uma política de inclusão de alunos com deficiência. Com surdez total em um ouvido e parcial em outro, o garoto estava lá fazendo número, sem aprender. Amarildo sempre tentou se comunicar com os demais membros da aldeia, mas ninguém o entendia. Além de não conseguir pronunciar bem as palavras, misturava dois idiomas – o português e o caingangue. Seus gestos eram compreendidos por poucos e, durante muito tempo, ele foi considerado um deficiente mental. Há três anos, a surdez do garoto e de outras sete crianças da tribo foi identificada, levando a gerência regional da Secretaria de Educação de Santa Catarina a implantar um programa pedagógico para atender às necessidades do grupo. “Foi muito difícil estabelecer uma comunicação mínima com os estudantes no início do processo. Primeiro, tive de conquistar a confiança deles”, conta Marisa Giroletti, pesquisadora na área de processos inclusivos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O Ministério da Educação (MEC) não informa quantos dos 163 693 indígenas matriculados na rede pública têm deficiência auditiva – entre os não-índios são 15 mil. Sem uma política nacional para atendê-los, cada comunidade encontra suas próprias soluções para levar esses estudantes a avançar na aprendizagem. Em 2001, com a aprovação do Plano Nacional de Educação, as escolas indígenas conseguiram garantir a identidade cultural e lingüística de suas populações por meio de um currículo diferenciado. Das 2 323 escolas indígenas existentes no Brasil, 1 818 já oferecem Educação bilíngüe.

Veja a reportagem completa, vale a pena!!!!
Fonte: Nova Escola: Edição 208/ 2007

domingo, 12 de julho de 2009

Educação JÁ!!!













Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...