quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

BULLYING CONTRA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA


A violência moral e física contra estudantes com necessidades especiais é uma realidade velada. Saiba o que fazer para reverter essa situação


Um ou mais alunos xingam, agridem fisicamente ou isolam um colega, além de colocar apelidos grosseiros. Esse tipo de perseguição intencional definitivamente não pode ser encarado só como uma brincadeira natural da faixa etária ou como algo banal, a ser ignorado pelo professor. É muito mais sério do que parece. Trata-se de bullying. A situação se torna ainda mais grave quando o alvo é uma criança ou um jovem com algum tipo de deficiência - que nem sempre têm habilidade física ou emocional para lidar com as agressões. Tais atitudes costumam ser impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa. Em pesquisa recente sobre o tema, realizada com 18 mil estudantes, professores, funcionários e pais, em 501 escolas em todo o Brasil, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) constatou que 96,5% dos entrevistados admitem o preconceito contra pessoas com deficiência. Colocar em prática ações pedagógicas inclusivas para reverter essa estatística e minar comportamentos violentos e intolerantes é responsabilidade de toda a escola.

Conversar abertamente sobre a deficiência derruba barreiras

Quando a professora Maria de Lourdes Neves da Silva, da EMEF Professora Eliza Rachel Macedo de Souza, na capital paulista, recebeu Gabriel**, a reação dos colegas da 1ª série foi excluir o menino - na época com 9 anos de idade - do convívio com a turma. "A fisionomia dele assustava as crianças. Resolvi explicar que o Gabriel sofreu má-formação ainda na barriga da mãe. Falamos sobre isso numa roda de conversa com todos (leia no quadro abaixo outros encaminhamentos para o problema). Eles ficaram curiosos e fizeram perguntas ao colega sobre o cotidiano dele. Depois de tudo esclarecido, os pequenos deixaram de sentir medo", conta. Hoje, com 13 anos, Gabriel continua na escola e estuda na turma da professora Maria do Carmo Fernandes da Silva. "A exclusão é uma forma de bullying e deve ser combatida com o trabalho de toda a equipe", afirma. De fato, um bom trabalho para reverter situações de violência passa pela abordagem clara e direta do que é a deficiência. De acordo com a psicóloga Sônia Casarin, diretora do S.O.S. Down - Serviço de Orientação sobre Síndrome de Down, em São Paulo, é normal os alunos reagirem negativamente diante de uma situação desconhecida. Cabe ao professor estabelecer limites para essas reações e buscar erradicá-las não pela imposição, mas por meio da conscientização e do esclarecimento. Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimizar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. Esse, aliás, deve extrapolar os limites da sala de aula, pois a violência moral nem sempre fica restrita a ela. O Anexo Eustáquio Júnio Matosinhos, ligado à EM Newton Amaral Franco, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, encontrou no diálogo coletivo a solução para uma situação provocada por pais de alunos. Este ano, a escola recebeu uma criança de 4 anos com deficiência intelectual e os pais dos coleguinhas de turma foram até a Secretaria de Educação pedir que o menino fosse transferido. A vice-diretora, Leila Dóris Pires, conta que a solução foi fazer uma reunião com todos eles. "Convidamos o diretor de inclusão da secretaria e um ativista social cadeirante para discutir a questão com esses pais. Muitos nem sabiam o que era esse conceito. A atitude deles foi motivada por total falta de informação e, depois da reunião, a postura mudou."

Seis soluções práticas

- Conversar sobre a deficiência do aluno com todos na presença dele.
- Adaptar a rotina para facilitar a aprendizagem sempre que necessário.
- Chamar os pais e a comunidade para falar de bullying e inclusão.
- Exibir filmes e adotar livros em que personagens com deficiência vivenciam contextos positivos.
- Focar as habilidades e capacidades de aprendizagem do estudante para integrá-lo à turma.
- Elaborar com a escola um projeto de ação e prevenção contra o bullying.

Antecipar o que vai ser estudado dá mais segurança ao aluno

"Passei a adiantar para o José, em cada aula, o conteúdo que seria ensinado na seguinte. Assim, ele descobria antes o que iria aprender." Maria Aparecida de Sousa Silva Sá, professora do CAIC EMEIEF Antônio Tabosa Rodrigues, em Cajazeiras, PB. Foto: Leonardo Silva
No CAIC EMEIEF Antônio Tabosa Rodrigues, em Cajazeiras, a 460 quilômetros de João Pessoa, a solução para vencer o bullying foi investir, sobretudo, na aprendizagem. Ao receber José, um garoto de 12 anos com necessidades educacionais especiais, a professora Maria Aparecida de Sousa Silva Sá passou a conviver com a hostilidade crescente da turma de 6ª série contra ele. "Chamavam o José de doido, o empurravam e o machucavam. Como ele era apegado à rotina, mentiam para ele, dizendo que a aula acabaria mais cedo. Isso o desestabilizava e o fazia chorar", lembra. Percebendo que era importante para o garoto saber como o dia seria encaminhado, a professora Maria Aparecida resolveu mudar: "Passei a adiantar para o José, em cada aula, o conteúdo que seria ensinado na seguinte. Assim, ele descobria antes o que iria aprender". Nas aulas seguintes, o aluno, que sempre foi quieto, começou a participar ativamente. Ao notar que ele era capaz de aprender, a turma passou a respeitá-lo. "Fiquei emocionada quando os garotos que o excluíam começaram a chamá-lo para fazer trabalhos em grupo", conta. Depois da intervenção, as agressões cessaram. "O caminho é focar as habilidades e a capacidade de aprender. Quando o aluno participa das aulas e das atividades, exercitando seu papel de aprendiz e contribuindo com o grupo, naturalmente ele é valorizado pela turma. E o bullying, quando não cessa, se reduz drasticamente", analisa Silvana Drago, responsável pela Diretoria de Orientação Técnica - Educação Especial, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Samara Oliboni, psicóloga e autora de tese de mestrado sobre bullying, diz que é preciso pensar a questão de forma integrada. "O professor deve analisar o meio em que a criança vive, refletir se o projeto pedagógico da escola é inclusivo e repensar até seu próprio comportamento para checar se ele não reforça o preconceito e, consequentemente, o bullying. Se ele olha a criança pelo viés da incapacidade, como pode querer que os alunos ajam de outra forma?", reflete. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecer um ambiente propício para que todos, especialmente para os que têm deficiência, se desenvolvam. Com respeito e harmonia.
** Os nomes dos alunos foram trocados para preservar a identidade.
Fonte: Revista Nova Escola / Edição 228 /Dezembro de 2009 / Título original: Chega de Omissão

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Este vídeo é um trabalho de Ciências que fala sobre o Bullying, clique no endereço abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=yDzZ4Eucv-0

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PORTAL BULLYING - Centro de ajuda on line
Lisboa / Portugal

Tânia Paias, mestre em saúde escolar, diz que a comunidade educativa sente falta de preparação para lidar com o fenómeno.
Por outro lado, esta especialista chama a atenção para alguns comportamentos das crianças que se deve ter em atenção: “As rejeições de ir à escola, ter dores de cabeça, dores de barriga ou até outras questões como começarem a faltar coisas em casa. São alguns sinais de que algo não está a correr bem no espaço escolar."

Clique no site e conheça mais sobre o portal:

http://www.portalbullying.com.pt/
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Últimas Notícias sobre o tema:

DEPUTADOS APROVAM MEDIDAS CONTRA BULLYING EM ESCOLAS
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Clipping Educacional - Agência Câmara

Colégios terão de adotar ações preventivas. Projeto aprovado pela Comissão de A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a obrigatoriedade de as escolas e os clubes de recreação adotarem medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate ao bullying.
Termo sem tradução exata no português, o bullying é a prática de atos de violência física ou psíquica de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas. O objetivo é constranger, intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima
O texto aprovado é o substitutivo da deputada Maria do Rosário (PT-RS) ao Projeto de Lei 5369/09, do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), e a dois outros que tramitam anexados a ele: PLs 6481/09, do deputado Maurício Rands (PT-PE), e PL 6725/10, do deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE).A proposta altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069/90) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei 9.934/96), e define as seguintes formas de bullying: a exclusão de aluno do grupo social; a injúria, calúnia ou difamação; a perseguição; a discriminação; e o uso de sites, redes sociais ou comunicadores instantâneos para incitar a violência, adulterar fotos, fatos e dados pessoais - o chamado cyberbullying.

Honra e orgulho
A relatora, que aproveitou dispositivos dos três projetos originais, salientou que a intenção é combater a prática do bullying em todas as formas. "Essas circunstâncias acabam ferindo profundamente a honra e o orgulho da criança no seu desenvolvimento, com desdobramentos psicológicos muito graves", argumentou.
Segundo Maria do Rosário, o texto aprovado não criminaliza condutas, mas busca garantir um melhor enquadramento do bullying como medida de proteção à criança e ao adolescente. Entre as medidas incluídas no substitutivo, há uma nova obrigação para os dirigentes de estabelecimentos de ensino e de recreação de comunicar ao Conselho Tutelar os casos de bullying e as providências adotadas para conter o abuso.
A relatora tirou do texto aprovado o caráter autorizativo dos projetos originais, que previam a possibilidade de criação de um programa para combater a prática pelo Ministério da Educação. "Propostas que não geram nem direitos nem obrigações são inócuas", comentou.

Tramitação
A proposta já foi aprovada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e ainda será analisada, de forma conclusiva, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

13 de Dezembro dia nacional do cego


O olho é o órgão responsável pela visão. Através dele podemos enxergar todas as coisas, ler, costurar, dirigir, assistir televisão, enfim, observar o mundo como ele é.
Porém, a visão não é perfeita para algumas pessoas. Existem problemas como miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia dentre outros, que tornam o ato de enxergar imperfeito.
Além desses problemas existem as pessoas que sofrem com a perda da visão, outras apresentam o problema desde o nascimento.
Doenças como a rubéola podem causar problemas de visão nos bebês, caso a mãe seja contaminada no período de gestação.
Existem também aqueles que são totalmente desprovidos de visão, os deficientes visuais ou cegos.
Em razão desses problemas, foi criado um dia para essas pessoas, o dia 13 de dezembro, pelo presidente Jânio Quadros, que queria homenagear José Álvares de Azevedo, após este ter introduzido a leitura braile no Brasil.
O jovem aprendeu esse método de leitura na França, onde havia estudado.
No Brasil já existia o Imperial Instituto dos Jovens Cegos, que se localizava no Rio de Janeiro, criado por D. Pedro II. Hoje essa escola é mais conhecida como Instituto Benjamim Constant.
Mas a data também é conhecida como o dia de santa Luzia, protetora da visão.
A história da santa relata que a mesma fugiu de casa para não se casar com um homem que não gostava, pois na época os casamentos eram arranjados pelas famílias.
O noivo de Luzia, revoltado, perseguiu a moça, entregando-a para as autoridades que a torturou, tendo os olhos arrancados. Porém, um milagre fez com que a moça recuperasse a visão, antes de sua morte, quando foi decapitada.
Por esse motivo, tornou-se a santa protetora das pessoas com problemas de visão.
Muitos anos se passaram e poucas coisas se modificaram para os deficientes visuais. O mundo não é adaptado para os mesmos, que são privados de várias coisas.
Para termos noção do quanto a vida dos cegos é difícil, basta pensarmos sobre as coisas que fazemos em nosso dia a dia. Ao entrar em um elevador, muitos deles não possuem a linguagem em braile, feita com pontinhos que simbolizam as letras e os números. Como um cego pode andar em um elevador sem pedir auxílio? Os produtos vendidos nos supermercados também não trazem essa leitura, impedindo que o deficiente visual identifique-os. Dessa forma, é muito difícil que uma pessoa cega faça compras sozinha, sem depender de alguém para lhe ajudar.
Mesmo com os recursos tecnológicos, ainda são grandes as dificuldades que eles sofrem. Ouvimos falar muito sobre a inclusão social, mas os deficientes visuais têm suas vidas privadas de muitas coisas que outras pessoas não sofrem. Precisamos repensar nossas atitudes e nossos valores quanto às diferenças físicas, pois todos merecem viver com dignidade, sendo tratados da mesma forma, tendo as mesmas oportunidades. Pense Nisso!
(Por Jussara de Barros/Graduada em Pedagogia/Equipe Brasil Escola)
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Curso de Musicografia Braille


Curso Regular de Musicografia Braille em São Paulo
Público Alvo: Músicos, Educadores Musicais, estudantes de Música, pessoas com deficiência visual ou não.
Objetivos: Conhecer a notação musical braille de acordo com o Manual Internacional de Musicografia Braille e as regras para transcrição de partituras.
Responsável: Isabel Bertevelli.
Local: Ordem dos Músicos do BrasilAv. Ipiranga, 318, Bloco A, 6º Andar, República - São Paulo / SP.
Fone: (11) 3237-0777 - Fax: (11) 3237-3579.
Dia - Horário: Segundas-feiras - 14 h às 16 h - Gratuito.
Informações:
Maria Cristina - cristina@ombsp.com.br
Isabel Bertevelli -isabertevelli@uol.com.br
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Inclusão e Autismo


DEFINIÇÃO
Embora inúmeras pesquisas ainda venham sendo desenvolvidas para definirmos o que seja o autismo, desde a primeira descrição feita por Kanner em 1943 existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
A noção de espectro do autismo foi descrita por Lorna Wing em 1988, e sugere que as características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo; assim, em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave,  sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem marcados de comportamento e déficit importante na interação social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão evidentes

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do autismo é clínico e feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível se fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para autismo, mas alguns exames, tais como cariótipo ( com pesquisa de X frágil, EEG, RNM e erros inatos do metabolismo), teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola e toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos são necessários para investigar causas e outras doenças associadas.

TRATAMENTO

O tratamento do autismo consiste em intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. O ideal é que uma equipe multidisciplinar avalie e proponha um programa de intervenção. Dentre alguns profissionais que podem ser necessários podemos citar: psiquiatra, psicólogo, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia e educador físico. Os métodos de intervenção mais conhecidos e mais utilizados para promover o desenvolvido da pessoa com autismo e que possuem comprovação científica de eficácia são:
TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children) é um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar o ambiente físico através de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais compreensível, esse método visa a independência e ao aprendizado.
PECS (Picture Exchange Communication System) é um método que se utiliza figuras e adesivos para facilitar  a comunicação e compreensão ao estabelecer uma associação entre a atividade/símbolo .
ABA (Applied Behavior Analysis) ou seja, analise comportamental aplicada que se embasa na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no condicionamento operante e reforçadores para incrementar comportamentos socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejáveis  e desenvolver habilidades.

MEDICAÇÕES:
O uso medicamento deve ser prescrito pelo médico, e é indicado quando existe alguma comorbidade neurológica e/ou psiquiátrica e quando os sintomas interferem no cotidiano.Mas vale ressaltar que até o momento  não existe uma medicação específica para o tratamento de autismo. É importante o médico informar sobre o que se espera da medicação, qual o prazo esperado para que se perceba os efeitos, bem como os possíveis efeitos colaterais.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Como cegos diferenciam dinheiro?

As cédulas de real apresentam diferenças perceptíveis no tato apenas quando estão novas. O Banco Central deve adotar modelo estrangeiro para que os cegos consigam identificar melhor os valores. O braile não é uma opção viável
Laura Lopes
Real As notas apresentam apenas marcas de relevo
Em qualquer lugar do mundo é possível reconhecer o valor das notas de dinheiro. Seja na Índia, na China ou nos Estados Unidos, e nem precisa saber a língua nativa, nem mesmo ser alfabetizado. Só há uma exceção para essa regra: os deficientes audiovisuais. Como eles contam dinheiro? Aqui no Brasil, as moedas da segunda família (a segunda geração de moedas de real) possuem tamanhos e espessuras diferentes, algumas são serrilhadas nas bordas, justamente para serem diferenciadas por meio do tato. Já as cédulas têm marcas de relevo que se perdem com o uso. "Essas marcas são pouco perceptíveis, principalmente para os mais idosos. E, com o tempo, as notas vão perdendo o relevo", diz Regina Fátima Caldeira de Oliveira, deficiente visual e coordenadora da Revisão dos Livros Braille da Fundação Dorina Nowil, de São Paulo.
Euro Cada valor tem um tamanho diferente, obedecendo à regra de quanto maior o valor, maior o tamanho. A nota também apresenta marcas táteis em relevo.
A primeira solução que vem à cabeça é a inserção de caracteres em braile nas notas. Essa, no entanto, é uma saída pouco útil: o braile sairia com o desgaste das cédulas, assim como acontece com as marcas de relevo atuais. "Além disso, o braile é lido por muitas pessoas cegas, mas não por todas. A gente não quer braile nas notas", afirma Regina, que participou de reuniões com o Banco Central e a Casa da Moeda com entidades representativas dos deficientes visuais do país, para encontrar uma solução viável e prática para o problema. O BC comunga a opinião da Fundação Dorina. Segundo João Sidney, do chefe do departamento de Meio Circulante, "a tecnologia de impressão não tem sobrevida. Na terceira manipulação da nota, o braile já acaba". Apesar da concordância, pouca gente sabe que o braile não é o melhor caminho a seguir. No dia 27 de outubro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou um ofício à Casa da Moeda solicitando informações sobre a viabilidade técnica para implantação desse sistema de leitura nas cédulas e moedas do país. A proposta, feita pelo conselheiro do Amazonas Edson de Oliveira, tem a melhor das boas intenções, em defesa dos direitos dos cegos, já que os mesmos não têm acesso à leitura das notas. Mas não funciona. "Há quem faça isso para melhorar e ajudar, mas devia falar com pessoas que lidam com o problema diriamente e que podem ter a melhor proposta", diz Regina.
Austrália As notas têm tamanhos diferentes e são reconhecidas por meio de um gabarito
Entre as propostas sugeridas nas reuniões entre as entidades e o governo, a que mais agrada Regina é o modelo adotado na Austrália e nos países que fazem parte da União Europeia (e usam o euro). Lá, as notas possuem tamanhos diferentes, crescendo à medida que o valor aumenta. O portador de deficiência visual recebe uma espécie de gabarito que indica o valor da nota, em braile. Ao colocar a nota dentro desse gabarito, sua ponta vai cair sobre o valor correspondente a ela. Serve mais para quem ainda não decorou o tamanho das notas ou não está acostumado àquela moeda.
Canadá Além das notas terem furinhos arranjados de formas diferentes para cada valor (à dir.), um aparelhinho lê a nota e emite um sinal diferente para cada valor, por meio de voz, som ou vibração.
Na opinião do BC, no entanto, o modelo canadense é que deve vigorar no Brasil. Segundo o chefe do departamento de Meio Circulante do Banco Central, não é necessário mexer no design ou tamanho do dinheiro. "O Canadá insere nas notas uma tinta invisível diferente para cada valor e distribui um aparelhinho subsidado que reconhece o magnetismo da tinta e emite um sinal para cada valor", afirma João Sidney. Trata-se de um aparelho pequeno, que pode ser levado no bolso e distribuído gratuitamente pelo Canadian National Institute for the Blind. Sobre o gabarito, adotado pelos australianos e europeus, Sidney diz que não é a melhor solução e, como o reconhecimento é feito pelo tato, pode levar a erros de interpretação. "Eu apostaria nessa tecnologia sonora", diz. Só não se sabe quando ela entrará em vigor.
Fonte:revistaepoca.globo.com

domingo, 18 de outubro de 2009

DICAS E ADAPTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DE MAQUIAGEM


Usar maquiagem pode ser um assunto complicado se você for deficiente visual ou tem pouca visão. Talvez um amigo ou familiar bem intencionado já te desencorajou a usar cosméticos lhe dizendo que a aplicação de maquiagem é inapropriada ou desnecessária para uma pessoa que não pode ver – mas não é bem assim.
A maquiagem, quando aplicada de forma correta, pode melhorar a aparência e dar uma injeção de auto-estima.Use o seu senso de toque ao aplicar a maquiagem. Muitas mulheres que são deficientes visuais ou tem pouca visão são muito habilidosas ao aplicar a maquiagem usando o senso de toque e adição às esponjas e pincéis.
Usar os seus dedos lhes permite explorar os contornos da sua face, o desenho de seus lábios e a sua estrutura de ossos.Nesta sessão nós vamos te dar uma variedade de dicas e técnicas alternativas de aplicação de maquiagem que foram desenvolvidas e usadas com sucesso por mulheres de todas as idades que são cegas ou tem pouca visão.
Dicas e Adapações para aplicação de Maquiagem
Antes que você comece, é aconselhável discutirmos algumas dicas genéricas de aplicações de maquiagem e algumas adaptações que podem ajudar se você é cega ou tem pouca visão:
- Use bandanas ou arcos (tiaras) ao aplicar a maquiagem para colocar todo o seu cabelo fora do rosto. Isso é especialmente útil quando aplicar a base e maquiagens nos olhos;
- Mantenha um lenço ou papel toalha umidecidos próximos para remover maquiagem dos seus dedos;
-Lave as suas mãos e dedos após cada passo no processo de aplicação de maquiagem para prevenir resíduos de maquiagem em outras áreas do rosto, roupas e acessórios;
- Proteja a sua roupa colocando uma toalha em seu colo. Você pode também usar uma capa ou blusa grande ou um casaco de abotoar por cima para proteção adicional;
- Mantenha um pote ou pequeno vasilhame próximo para colocar os pincéis, tampas e partes. Isso pode prevenir que eles rolem para fora da sua área de trabalho;
- Lembre-se que moda e maquiagem mudam com o tempo, assim como a moda em roupas mudam. Verifique periodicamente com amigos, família ou seu esteticista para ter certeza que seu visual ainda está na tendência da moda;
- Guardar a sua maquiagem no refrigerador pode lhe dar uma temperatura diferente que pode facilitar a aplicação;
- Tenha certeza que a sua pele foi completamente limpa e seca antes de começar a aplicar maquiagem.
A maior parte das maquiagens tem a melhor aparência quando aplicada delicadamente e com um toque leve. Em geral, maquiagem mínima é usualmente a melhor opção inicialmente. Você pode sempre adicionar mais cor à sua face, mas é normalmente mais difícil remover o excesso de base, blush e sombra. Para ocasiões especiais, no entanto, uma maquiagem mais forte pode ser apropriada. Não hesite em perguntar por ajuda ou confirmação de sua família ou amigos.É uma dica segurar a sua mão contra o seu rosto ou com a sua outra mão quando aplicar cosméticos tipo máscara, delineador ou batom que requerem precisão e controle.
Ao aplicar creme limpador, hidratante ou base
tente seguir um padrão sistemático para garantir que você cobriu toda a sua face e pescoço:
• Para cima e para fora do queixo para as orelhas
• Do centro do nariz em direção às orelhas
• Do topo do nariz para a testa
• movimentos circulares da testa para as bochechas
• Gentilmente de abaixo dos olhos da área mais interna para a externa
• Movimentos pequenos e circulares em volta dos lados do nariz
• Movimentos circulares no queixo
• Acima na garganta cobrindo todo o pescoço
• Contar o número de pinceladas (como nas sombras e blush) ou quantidade de base ou hidratante é uma boa maneira de ser consistente em sua rotina de aplicação.
• Por exemplo, uma moeda de 25 centavos na sua palma é usualmente suficiente para cobrir toda a sua face.
• Certas aplicações como delinear as suas sobrancelhas pode exigir confirmação visual de um amigo ou familiar
• Algumas pessoas preferem ter permanentemente tatoados o delineador e sobrancelhas. Se isso for importante para você, a escolha é sua.
• Tente seguir a mesma sequência sempre para manter uma lembrança do que já aplicou. A sequência sugerida é a seguinte:
- Gel de Limpeza
- Hidratante
- Base
- Blush
- Pó
- Sobrancelhas
- Sombras
- Mascara
- Batom.

Fonte: http://revistainclusiva.wordpress.com/
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UMA PROVA DE AMOR


Há muito tempo atrás, um casal de velhinhos que não tinham filhos morava em uma casinha humilde de madeira,tinham uma vida muito tranquila, alegre, a qual ambos se amavam muito, eram felizes. Até que um dia aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa quando começa a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo o seu corpo. O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua procura, quando a vê coberta pelas chamas imediatamente tenta ajuda-la e o fogo também atinge seus braços e mesmo em chamas consegue apagar o fogo.
Quando chegaram os bombeiros já não havia mais fogo apenas fumaça e parte da casa toda destruída. Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave.
Após algum tempo aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada. Ainda em seu leito a senhora toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, as chamas queimaram todo o seu rosto. Chegando no quarto de sua senhora, logo ela foi falando:
- Tudo bem com você meu amor?
- Sim, respondeu ele, pena que o fogo atingiu os meus olhos e eu não posso mais enxergar, mas fique tranquila amor que a sua beleza esta gravada em meu coração para sempre.
Então triste pelo esposo, disse-lhe:
- Deus vendo tudo o que aconteceu meu marido, tirou-lhe as vista para que você não presencie esta deformidade em que eu fiquei. As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro.
Passando algum tempo recuperados, voltaram para casa onde ela fazia tudo para seu querido esposo e ele todos os dias dizia-lhe:
-Como eu te amo!
E assim viveram 20 anos até que no do enterro da esposa, quando todos se despediam ele se aproximou sem seus óculos escuros e com sua bengala nas mãos, chegou perto do caixão, beijando-a no rosto e acariciando sua amada disse em um tom apaixonante:
- "Como você é linda meu amor eu te amo muito".
Ouvindo e vendo aquela cena, um amigo que estava ao lado perguntou se o que tinha acontecido era um milagre, e olhando nos olhos dele o velhinho apenas falou:
- "Nunca estive cego, apenas fingia, pois quando a vi toda queimada sabia que seria duro para ela continuar .
Foram vinte anos vivendo ambos muito felizes e apaixonados!!!

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terça-feira, 13 de outubro de 2009

HOMENAGEM...

A mensagem abaixo é referente à comemoração do Bi Centenário de Nascimento de Louis Braille. Aproveito a oportunidade e estendo minha homenagem àqueles que ensinam ou divulgam uma forma de comunicação diversa da convencional para que todas as pessoas possam ter oportunidade de exercer sua cidadania. Beijos no coração...

Homenagem aos emissários do Anjo Louis

Na noite fria de 06 de janeiro de 1852, dois dias depois de completar 43anos de vida, o coração amoroso e solidário de Louis Braille deixou debater. Lentamente, a essência (que alguns chamam de alma, outros chamam de espírito e outros chamam de energia vital), foi se afastando do corpo físico e, guiada por sua propria luz, dirigiu-se ao Céu.

Ao chegar diante do Criador, ajoelhou-se reverentemente e com voz suave falou:
- Senhor, acabo de cumprir a missão que Vós me confiastes. Deixei na Terra o sistema de leitura e escrita que a Vossa Infinita Sabedoria me inspirou a criar.

Num gesto de profunda gratidão, o Senhor estendeu as mãos e tocou carinhosamente a cabeça de Louis, dizendo:
- Meu filho, muito te agradeço por teres aceito essa nobre missão.Viveste sem a luz dos olhos durante quase quarenta anos unicamente para tornar digna a vida daqueles que escolheram a cegueira física como caminho para a evolução. Mas, mesmo tendo cumprido tão sublime desígnio, sinto que uma preocupação muito grande ocupa o teu coração.

Louis olhou para o Criador com surpresa por ter tido sua preocupação revelada, mas logo se lembrou de que estava diante d'Aquele que tudo sabia, e então falou:
- Senhor, sei que meu tempo de permanência na Terra se esgotou, mas como não tive a oportunidade de ver meu sistema de leitura e escrita oficialmente reconhecido, para cá voltei com o temor de que ele venha a ser rejeitado e esquecido, o que, certamente, será uma grande tragédia para as pessoas cegas de todo o mundo terreno.

Um sorriso maravilhoso iluminou ainda mais a face do Senhor e com uma voz melodiosa e cálida Ele assim se pronunciou:
- Fica tranquilo, meu mui amado filho! A Tua missão não acabou. De agora em diante, serás o responsável pela preparação daqueles que serão nossos emissários na Terra. Tu os orientarás para que lá chegando, eles se ocupem de garantir que o teu sistema se espalhe por todos os cantos onde haja crianças, jovens e adultos cegos. Eles cuidarão de que ele seja adaptado às necessidades de todos os idiomas e o manterão sempre atualizado e acessível a todos.

Duas lágrimas de felicidade rolaram pelo pálido rosto de Louis e, depois de mais uma vez agradecer ao Senhor, ele se levantou e foi à procura dos seus primeiros discípulos. E desde então, milhares desses discípulos têm vindo à Terra, ora como professores, ora como transcritores, ora como revisores, ora como copistas voluntários, ora como dirigentes, ora como patrocinadores de livros, e graças a eles, há quase duzentos anos o Sistema Braille permanece como o sistema natural de escrita e leitura usado pelas pessoas cegas, permitindo a elas construir uma história de independência e cidadania. Muitos desses emissários têm escolhido o Brasil para desempenhar a sua missão. A todos esses enviados especiais do Anjo Louis, os sinceros agradecimentos das pessoas cegas de todo o Brasil!
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Texto escrito por Regina Fátima Caldeira de Oliveira (Deficiente Visual) por ocasião do Concerto Comemorativo do Bicentenário de Louis Braille, realizado no dia 23 de agosto de 2009, no Teatro Paulo Autran, em São Paulo.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Livro Acessível Universal

Movimento pelo Livro Acessível:

Os livros no Brasil ainda são produzidos somente em formato convencional, ou seja, brochuras de papel e impressos a tinta. Ele deixa excluído de seu acesso todo aquele que não possa ler ou manipular suas páginas. Pessoas cegas, com baixa visão, paralisadas ou amputadas de membros superiores, disléxicas, entre outras. Todos esses milhões de pessoas segregadas da leitura exigem o fim dessa vergonha. Exigem a imediata regulamentação da Lei do Livro - 10.753/03 - que vai fazer com que a indústria livreira respeite a diversidade do público leitor e passe a produzir livros em formato universal, permitindo o acesso do maior número possível de pessoas.

Movimento pela Universidade Acessível:
Com o advento da lei de Cotas, que determinou a contratação de um percentual de pessoas com deficiência por empresas brasileiras, se popularizou a idéia de que estas pessoas não conseguem boas colocações por não serem bem formadas ou qualificadas. Pois bem, pretendemos mostrar que o problema não é das pessoas com deficiência e sim do sistema de ensino brasileiro que não possibilita às pessoas com alguma deficiência, um ambiente de estudos adequado, acessível, semelhante ao que é proporcionado às outras pessoas sem deficiência. O foco aqui será o nível superior, mas a precariedade apresentada pode ser extendida para todos os outros níveis, básico, fundamental e médio, sem sombra de dúvida.

Movimento pela TV Acessível:
Os veículos de comunicação e informação brasileiros ainda estão bem longe de proporcionar a acessibilidade e inclusão de todos às suas programações e eventos. Cinemas, teatros, canais de televisão, shows e eventos carecem de ferramentas e dispositivos de acessibilidade que permitam o pleno desfrute e compreensão das informações para pessoas com alguma deficiência, visual ou auditiva. Por isso os recursos da Audiodescrição, o "Closed Caption", a janela de Libras, a dublagem, são recursos fundamentais para que esses veículos se tornem realmente democráticos e respeitem a cidadania de milhões de pessoas.

Naziberto Lopes Oliveira http://www.livroacessivel.org/
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MOLLA - Movimento pelo Livro e Leitura Acessíveis no Brasil.

Apresentamos a história do MOLLA - Movimento pelo Livro e Leitura Acessíveis no Brasil, desde o seu nascimento, no início de 2007, até sua grande conquista que foi a confecção de uma proposta conjunta com os editores brasileiros para a regulamentação da lei 10.753/2003, que, após ser sancionada pelo Presidente Luis Ignácio Lula da Silva, irá incluir de maneira definitiva e na forma de consumidores, as pessoas com alguma deficiência que acarrete dificuldades ou impedimento para o acesso dos livros em formato convencional, isto é, fixados em papel e impressos a tinta.
Pelo enunciado vocês podem perceber que não serão incluídas apenas as pessoas com deficiência visual, mas sim, qualquer pessoa com alguma deficiência que dificulte ou impeça a leitura do livro convencional. Isso amplia consideravelmente o público que será liberto das trevas e das correntes que os alienavam ou aprisionavam distantes dos livros e da leitura.
Este movimento conseguiu uma projeção nacional, afinal, expressou em seu grito inicial os anseios de milhões de brasileiros com alguma deficiência que dificulta o acesso ao livro e a leitura convencionais e que atualmente se encontram excluídos, segregados, marginalizados do universo da informação e do conhecimento armazenado nos milhares de livros publicados todos os anos no Brasil.
http://livroacessivel.org/abaixo-assinado-apresentacao.php
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AUDIOTECA SAL E LUZ

A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros) de forma totalmente gratuita. Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a formade fita K7, CD ou MP3.
Endereço: Rua Primeiro de Março, 125- 7ºAndar. Centro - RJ. CEP 20010-000
Fone: (21) 2233-8007
Horário de atendimento: 08:00 às 16:00 horas
Site: http://audioteca.org.br/noticias.htm

MEDICAMENTOS - Está dando para ler...


Demorou. Mas finalmente a Anvisa determinou que as bulas de medicamentos no Brasil sejam feitas para que possam ser lidas e entendidas. Vai aumentar o tamanho das letras, o espaço entre as palavras e as linhas. Mais: as informações serão apresentadas na forma de pergunta e resposta. Deficientes visuais terão agora o direito de pedir aos laboratórios que lhes forneçam bulas em braile ou em áudio. A indústria farmacêutica terá até o início de 2010 para se adaptar às novas exigências. E não vale subir os preços dos remédios.
Fonte: Revista isto é independentehttp://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2079/medicamentosesta-dando-para-ler-151577-1.htm.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Inclusão: livros para estudo e trabalho

CIRANDA DA INCLUSÃO (6 livros e 2 CDS)

Ciranda Cultural
Autoras:
Marcia Honora e Mary Lopes Esteves Frizanco
Esta coleção tem como objetivo esclarecer, aos profissionais de educação, algumas deficiências, para assim prepará-los para melhor receber seus alunos numa escola inclusiva.
(PS: Cada livro traz ainda, atividades para serem trabalhadas com os alunos)

Na coleção contém:
Super VCD
CD Rom/Áudio (2 em 1) + 6 livros
esclarecendo as deficiências:
Deficiência auditiva/ surdez
Deficiência visual
Deficiência Física
Deficiência Intelectual e
Problemas de Aprendizagem
Múltipla Deficiência

Entre no site e conheça a coleção: http://www.cirandadainclusao.com.br/


OBS: Esta coleção também tem livros infantis que tratam das deficiências, para serem trabalhados em sala de aula para conscientização dos alunos. Verifique no site ou vá até marcadores, nesta página e clique sobre "livros sobre deficiência para crianças".



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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O que o professor tem a ver com isso?
Imprensa Oficial / Rede Saci
Coordenação: Marta Gil




O livro relata experiências, conhecimentos e informações sobre como as escolas podem integrar crianças com algum tipo de deficiência. O texto, de autoria da jornalista e escritora Lia Crespo, foi complementado por informações do site da Rede SACI (www.saci.org.br), especialmente do Observatório da Educação. Ricardo Ferraz assina as ilustrações, bem humoradas, que enfatizam o conteúdo.




Clique no site abaixo e você poderá fazer sua pesquisa no livro; Boa Leitura!!
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http://saci.org.br/pub/livro_educ_incl/redesaci_educ_incl.html


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FONO NA ESCOLA


3 livros + 3 CDs + de 150 encartes com atividadesEsta coleção é o resultado de alguns anos de trabalho de uma fonoaudióloga e de uma pedagoga na assessoria para professores de uma rede pública do Estado de São Paulo.O intuito desta coleção é levar informações sobre os principais distúrbios fonoaudiólogos que os alunos apresentam até completarem o Ensino Fundamental I, ou seja, dez anos. O objetivo é que essas informações sejam transmitidas com linguagem acessível, clara e exemplificada, levando ao conhecimento do professor a teoria, os possíveis exames, o tratamento e as possíveis contribuições que a escola poderá oferecer para um melhor desenvolvimento do aluno, podendo mudar sua postura e entendimento frente a algumas alterações fonoaudiológicas frequentes nessa faixa etária.Não temos a intenção de que a professora, que já tem a sua função, venha desenvolver o papel de fonoaudióloga do aluno. Esse trabalho deverá ser realizado por um profissional competente da área, fora da escola.A intenção deste trabalho é que a professora de sala de aula possa ter um conhecimento sobre estes distúrbios e, de forma lúdica, auxiliar o aluno em suas necessidades, entendendo que muita coisa pode ser feita na escola.Esta coleção consta de três volumes, discutindo as mais frequentes patologias fonoaudiológicas que envolvem os alunos na faixa etária do Ensino Fundamental, e cada um deles traz os conhecimentos específicos da área da Fonoaudiologia e da Pedagogia.



Volume 01:

DIFICULDADES NA ESCRITA
Dislexia
Disgrafia
Discalculia
Disortografia

Volume 02 :

DIFICULDADES NA AUDIÇÃO
Uso de Aparelhos Auditivos
Implante Coclear
Distúrbio no Processamento Auditivo Centra
Perdas Auditivas
Otites de Repetição

Volume 03:

DIFICULDADES NA LINGUAGEM
Aquisição de Linguagem
Dislalia
Atrasos de Linguagem
Trocas de Letras
Gagueira

ISBN: 978-85-380-0672-5Autoras: Márica Honora e Mary Lopes Esteves FrizancoEdição: 2009Editora: Ciranda Cultural

Entre no site e conheça a coleção: http://www.cirandadainclusao.com.br/

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LIVRO ILUSTRADO DE LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS




Este livro enfoca o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) através de campos semânticos de forma visual e elucidativa, tendo como objetivo diminuir a barreira de comunicação entre ouvintes e surdos.
Cód. Barras: 9788538004929Reduzido: 2639466Acabamento : Capa dura com revestimento.Edição : 1ª Ed. / 2009Idioma : PortuguêsPaís de Origem : BrasilNúmero de Paginas : 352

Fonte: Ciranda da Inclusão

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DOS SENTIDOS, PELOS SENTIDOS, PARA OS SENTIDOS

Sentidos das pessoas com deficiência sensorial

Autora: Elcie F. Salzano Masini (organizadora)

Vetor Editora Psicopedagógica

Este é um livro sobre os caminhos e as diferentes maneiras de pessoas, na ausência dos sentidos de distância - visão e audição - obterem informações sobre o que as cerca e elaborarem esses dados, organizando e compreendendo o seu derredor. É um registro revelador da flexibilidade e da adaptabilidade humana, apresentado por um coro de vozes: de pessoas com deficiências sensoriais (cegueira, surdez; surdocegueira); de mães de pessoas com essas deficiências; de especialistas, profissionais da educação, da psicologia, da saúde; das Instituições que prestam serviços e assistência a pessoas com deficiências sensoriais. Oferece - se, aos interessados pelo tema, ilustrações de práticas de atendimento e conceitos teóricos que fundamentam os trabalhos nesta área multidisciplinar.

OBS: Este livro trata especificamente da surdocegueira

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Bibliografia para Educação Especial

Deficiências / Inclusão - Geral

1. BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. Um Olhar sobre a Deficiência.
Campinas: Papirus, 1998.

2. MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar - O que
é ? Por quê? Como Fazer? 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2006.

3. MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial
no Brasil História e Políticas Públicas, SP, Cortez, 1996.

4. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais.
Porto Alegre: Art Med, 2003.

5. ROSITA, Edler Carvalho. Educação Inclusiva com os Pingos
nos Is. 2. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

6. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma
Sociedade para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

7. STAINBACK, S. STAINBACK, W. Inclusão: um guia para
educadores. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1999.

Bibliografias Específicas

Deficiência Auditiva

8. GOES, M. C. R. de. Linguagem, Surdez e Educação. Campinas,
SP: Autores Associados, 1996.

9. GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição
humana numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo, SP:
Plexus: 1997.

10. SKLIAR, Carlos. A Surdez: um Olhar sobre as Diferenças.
3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Deficiência Física

11. BASIL, Carmen. Os alunos com paralisia cerebral: desenvolvimento
e educação. In: COLL,C.; PALACIOS,J.; MARCHESI, A.
Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas
especiais e aprendizagem escolar. Vol.3 Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995 (pp 252-271).

Deficiência Mental

12. AMERICAN ASSOCIATION ON MENTAL RETARDATION.
Retardo mental: definição, classificação e sistemas de apoio.
Tradução por Magda França Lopes. 10. Ed. Porto Alegre: Artmed,
2006.

13. OMS - Organização Mundial da Saúde, CIF: Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro
Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família
de Classificações Internacionais, org.; coordenação da tradução
Cassia Maria Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo - EDUSP; 2003.

Deficiência Visual

14. AMORIN, Célia Maria Araújo de e ALVES, Maria Glicélia.
A criança cega vai à escola: preparando para alfabetização.
Fundação Dorina, 2008.

15. LIMA, Eliana Cunha, NASSIF, Maria Christina Martins e
FELLIPE, Maria Cristina Godoy Cruz. Convivendo com a baixavisão:
da criança à pessoa idosa. Fundação Dorina, 2008.

Disney Inclusiva


Audio Description - ou DURATEQ - é o novo aparelho desenvolvido pela Disney, HP e Softeq para os seus visitantes com necessidades especiais - deficientes visuais
Essa nova ferramenta foi desenvolvida com o objetivo de possibilitar aos visitantes com problema de visão a desfrutarem das mais famosas atrações da Disney como Haunted Mansion ou Pirates of the Caribbean, por meio de ricas narrações descritivas.
A sincronização de tais descrições também só é possível graças a uma tecnologia de localização e sincronização - patenteada pela própria Disney - e que possibilita a troca de informações do aparelho com uma série de dispositivos dispostos ao longo dos 04 (quatro) parques temáticos existentes no Walt Disney World Resort. Os sinais são captados pelo aparelho que automaticamente faz a sincronia do narração. Observe-se que a narração do aparelho é totalmente diferente daquela já existente para a atração, muito mais rica em detalhes, exatamente com o objetivo de transmitir ao visitante aspectos que apenas aqueles com boa visão poderiam até então desfrutar.


Curiosidade:

A colaboração entre a HP e a Disney vem de longa data, desde 1938 quando os fundadores da HP: Bill Hewlett e Dave Packard disponibilizaram o equipamento utilizado pela Disney para acrescentar o efeito “surround” no filme Fantasia.
O aparelho pode ser retirado no Guest Relations através de um depósito de US$100.00, que é restituído quando da devolução da sua devolução.
Destaque-se que também já era oferecido aos visitantes portadores de deficiências visuais, outros aportes como: mapas dos parques em braile e também um Walkman - também disponível por meio de um depósito caução de US$25.00 - onde o usuário pode escolher para que funcione como um “audio guide”, mais semelhante a um guia; ou, como um “audio tour”, esse sim mais descritivo, com informações sobre as atrações. Todavia, é de se imaginar que tais dispositivos caiam em desuso com o advento desta nova tecnologia, ou seja, o Audio Description.
As atrações que funcionam, atualmente, com o Audio Description são as seguintes:


Magic Kingdom:
The Enchanted Tiki Room Under New Management
Pirates of the Caribbean
Haunted Mansion
It’s a Small World
Peter Pan’s Flight
Snow White’s Scary Adventures
The Many Adventures of Winnie the Pooh
Mickey’s Country House
Minnie’s Country House
Buzz Lightyear’s Space Ranger Spin
Tomorrowland Transit Authority


Epcot:
Spaceship Earth
Universe of Energy
Journey into Imagination
Honey I Shrunk the Audience
Living with the Land
Turtle Talk with Crush
O’Canada
Impressions de France
The American Adventure
Reflections of China
Gran Fiesta Tour Starring The Three Caballeros


Disney’s Hollywood Studios:
Indiana Jones Epic Stunt Spectacular
Jim Henson’s Muppet*Vision 3D
Walt Disney: One Man’s Dream
Magic of Disney Animation
Beauty and the Beast: Live on Stage


Disney’s Animal Kingdom:
It’s Tough to be a Bug!
Pangani Forest Exploration Trail
Maharajah Jungle Trek


Com o objetivo de também atender aos deficientes auditivos, no aparelho também são exibidas legendas com a descrição sincronizada das atrações.
Destaque-se que, inicialmente, tal dispositivo somente estará disponível no idioma inglês
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Fonte: Marta Gil

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Livro: "DEFICIENTE MENTAL Por que fui um?"

Encontrei este livro em minhas pesquisas de leitura e achei interessante para compartilhar com voces mais este ítem. O tema é pertinente ao conteúdo deste blog, mas tem um enfoque diferente que nos leva a reflexão de coisas que transcendem a matéria, o espaço e o tempo. Beijos à todos...

De Antonio Carlos com Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Contra capa: Todos nós nos perguntamos por que algumas pessoas nascem normais e outras com deficiência mental ou física. Acaso? Destino? Ou há explicação mais lógica e profunda para isso?A convite de Antônio Carlos, alguns espíritos que viveram uma encarnação como deficiente mental vêm nos responder a essas e a outras dúvidas de forma clara e precisa, mostrando-nos que a bondade e a justiça de Deus estão sempre presentes em todos os acontecimentos de nossa vida. Mais que um livro, uma homenagem sincera e carinhosa às pessoas que cuidam, amam e orientam aqueles que por algum motivo passam uma encarnação com deficiência.

Editora: PETIT

PS: Se você quiser conhecer o conteúdo do livro: clique no site abaixo; digite o título; em seguida clique sobre o livro. Abrirá uma tela onde aparecerá na íntegra todos os capítulos; é só usar a barra lateral de rolagem para mudar as páginas. Boa Leitura

http://books.google.com.br/

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Recursos e Tecnologias Inclusivas

Tecnologias e recursos materiais que podem ser utilizados
Quando falamos em tecnologias e recursos que auxiliam a criança ou adolescente com deficiência na sala de aula, devemos lembrar que eles não são recursos que magicamente farão o aluno superar suas dificuldades. Qualquer que seja o auxílio pensado, sempre passa pela percepção que o professor tem sobre as dificuldades e possibilidades de seu aluno. O auxílio só faz sentido a partir desta relação. Por isso, dizemos que não há regras, existem sugestões para ajudar o professor a pensar em possibilidades, mas isto sempre será posterior a este primeiro contato e conhecimento prévio do professor em relação a criança ou adolescente.
Os alunos com deficiências geralmente usam os mesmos recursos materiais que os demais alunos. Existem, no entanto, adaptações que podem ser necessárias para facilitar a realização de atividades para quem possui alguma limitação motora, sensorial ou cognitiva. Esses recursos são chamados de “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas”.
Infelizmente, esses recursos são caros para a maioria das pessoas com deficiência. É aí que entra a criatividade da professora que engrossa o lápis com fita adesiva para que o aluno possa segurá-lo melhor e, sem saber, também está fazendo tecnologia assistiva, por exemplo.

Lembre-se que:
• as adaptações devem auxiliar o aluno e o professor;
• a necessidade de cada aluno com deficiência é única ; portanto, a família e ele mesmo devem participar da criação e da escolha dos recursos que podem ajudá-lo;
• o recurso deve sempre ser reavaliado pelo aluno e pelo professor, para ter certeza de que está realmente sendo útil e como pode ser aprimorado ou substituído;
• as adaptações também podem servir para facilitar o uso do banheiro, da cozinha ou do refeitório, do pátio, das quadras, dos parques, dos auditórios, das salas de aula e de informática, ou seja, todos os ambientes escolares freqüentados pelos alunos podem necessitar de adaptações.
Muitas vezes, nós, professores — depois de algumas tentativas frustradas com o aluno com deficiência — acabamos concluindo, erroneamente, que a criança não tem condições de aprender.
Nesses momentos, é bom lembrar que cada caso é um caso. Confie na sua criativi­dade, no seu bom senso e, principalmente, na opinião do aluno. Se não conseguir resolver a dificuldade, talvez seja interessante buscar a opinião de profissionais da área de reabilitação ou especializados em educação de crianças com deficiência. Pessoas com formações diversas podem abordar a dificuldade sob perspectivas diferentes, o que pode ser útil em situações mais complexas.
Ao observar um aluno, não olhe apenas as dificuldades. É importante verificar as habilidades e as formas que ele usa para vencer desafios. Se achar que vale à pena mudar ou incrementar essas estratégias, converse com o aluno e, acima de tudo, respeite a opinião dele

Como saber qual é o recurso que seu aluno precisa?

Aqui vão algumas sugestões, baseadas na experiência de outros professores:
• Observe o aluno durante as aulas, o intervalo, a hora da entrada e saída e demais atividades escolares. Preste atenção nas dificuldades e soluções que ele adota para lidar com suas limitações;
• Converse com o aluno e pergunte se ele acha que precisa de outros recursos;
• Avalie e defina com o aluno quais as atividades que podem ser facilitadas com uso de materiais pedagógicos adaptados ou tecnologias assistivas para as atividades da vida diária;
• Converse com o aluno, sua família e colegas de sala para encontrar soluções. Converse com outros profissionais que também trabalham com o aluno;
• Pesquise produtos disponíveis no mercado, materiais e objetos baratos que podem ajudar a desenvolver habilidades. Pense nas formas de construir este objeto;
• Considere todas as opiniões, especialmente, as do aluno, e faça a escolha, considerando os recursos financeiros. Desenhe as propostas ou faça um modelo, se for possível;
• Faça parcerias com a comunidade: faculdades, escolas SENAI, marcenarias, oficinas de costuras, metalúrgicas, que podem ajudar a desenvolver e construir o equipamento;
• Em conjunto com o aluno, escolha o melhor processo de confecção do equipamento;
• Incorpore o recurso às atividades escolares, observe e pergunte ao aluno sobre como se sente;
• Verifique se o objeto cumpriu plenamente sua finalidade e se as condições do aluno mudam com o tempo, ou se é necessária alguma mudança.

É importante relembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe colocada nos cantos do papel para que a folha não escorregue com os movimentos involuntários de um aluno com deficiência motora, a criação de um jogo da memória com desenhos feitos em relevo (com cola plástica, dentre outras alternativas) até um software adaptado para que os cegos possam ter acesso ao computador. Portanto, não se assuste professor! Uma boa dose de criatividade fará com que você encontre soluções simples para facilitar o aprendizado de seus alunos.
Caso não disponha de nenhum recurso material, você pode pedir para que um outro aluno segure a folha para que a pessoa com deficiência motora possa fazer sua atividade. O importante é que, mesmo sem recursos, você encontre soluções para que seu aluno possa acompanhar as atividades da sala de aula. O que conta verdadeiramente é a sensibilidade do professor em relação ao aluno e a disponibilidade para encontrar soluções que o ajudem.

Equipamentos que todos podem aprender a usar

Recursos para Deficientes visuais:
• Reglete (tipo de régua para se escrever em braile) - O papel fica preso entre essa régua e um pedaço de madeira. Com a punção (um pino com ponta de metal afiada) faz os buraquinhos que formarão as palavras em alto relevo do lado do avesso. A escrita é feita da direita para a esquerda e a leitura da esquerda para a direita;
• Punção é o lápis - ou a caneta da pessoa cega;
• Máquina braile - é a máquina de escrever usada pelas pessoas cegas. Possui nove teclas. Para digitar, basta fazer as combinações de pontos em relevo, pressionando as teclas;
• Mapa tátil para ensinar geografia e informar sobre a localização de lugares para pessoas cegas. Pode ser feito recobrindo-se os mapas comuns com materiais com texturas diferentes ou com areia, argila, massinha etc.;
• Lupas, lentes de aumento e réguas de leitura.
• Soroban - é um instrumento de cálculo de origem oriental, formado por continhas de madeira ou de plástico enfiadas em arames. Ele é vantajoso como material de apoio ao ensino da matemática por ser um recurso tátil, de fácil manejo e de custo reduzido. Com ele o estudante aprende concretamente os fundamentos da matemática, as ordens decimais e seus respectivos valores, as quatro operações e mesmo cálculos mais complexo.

Recursos para os Surdos
Os surdos baseiam-se também nas pistas visuais.
A utilização de recursos visuais adequados facilita a compreensão do que está sendo ensinado. Alguns desses recursos são: objetos, filmes, fitas de vídeo, fotos, gravuras de livros e revistas e desenhos etc A escrita e ainda o uso da língua de sinais, da mímica, da dramatização, de expressões faciais e corporais de gestos naturais e espontâneos ajudam a dar significado ao que está sendo estudado.

A criança surda e a comunicação
• Alguns pais preferem que seus filhos aprendam a falar, outros preferem que aprendam a Língua Brasileira de Sinais, chamada também de Libras. Há os que querem que seus filhos aprendam ambas as línguas;
• Não devemos esquecer que a própria criança ou adolescente tem o direito de escolher qual o tipo de comunicação que prefere utilizar. Alguns sentem-se mais à vontade para se expressarem através da língua de sinais, e outros através da língua portuguesa. Isto deve ser respeitado;
• Para que possa expressar seus desejos e suas necessidades, a criança surda deve aprender algum tipo de linguagem;
• A escola precisa preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições para aprender um código de comunicação que permita sua participação na sociedade;
• Jogos, desenhos, dramatizações, brincadeiras de faz-de-conta, histórias infantis ajudam a aquisição da linguagem e a aprendizagem de conceitos e regras de um código de comunicação.


Recursos para deficiência motora
A crianças com deficiência motora têm dificuldade para segurar o lápis e coordenar os movimentos podem ter maior independência com a utilização de algumas adaptações nos materiais escolares.

Experimente:
• Os lápis podem ter seu diâmetro engrossado por várias camadas de fita crepe, argila, espuma, massa do tipo epóxi ou outro material;
• Evitar o uso de cadernos que são difíceis de fixar na mesa; prefira a folha solta de tamanho A4 ou papel manilha (papel de embrulho);
• Prender o papel nos quatro can­tos com fita crepe larga e que suporte os movimentos de traça­do da criança;
• Atividades preparadas pelo professor com traçado grosso feito com pincel atômico em tamanho grande para melhor visualização, per­cepção e entendimento da criança;
• Traçados de desenhos, letras, números feitos na cor preta em papel branco;
• Prancha elevatória para aproximar a folha, caderno, livro, etc e melhorar visualização e manipulação do aluno;
• Para a criança na fase de construção da escrita, faça linhas com pincel atômico e espaço entre linhas de acordo com o tamanho da letra do aluno. O espaço entre as linhas pode ser diminuído gradativamente;
• Para a criança com dificuldade de percepção espacial (não consegue encontrar determinada letra no meio de outras, perdendo-se e frustando-se), experimente isso: numa tira de cartolina ou papel cartão nas cores branca ou preta, faça um buraco retangular de tamanho suficiente para destacar uma letra ou número. Basta deslizar a janela sobre o papel para o aluno localizar e reconhecer letra ou número.

Fonte: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estratégias e orientações pedagógicas para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência física. [livro] Brasília:MEC;SEESP,2002, P. 69.

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RECURSOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA


Edição Especial Nova Escola Agosto 2007 (Veja Reportagem na íntegra)



Para quem não enxerga ou não consegue se movimentar, equipamentos, objetos e brinquedos inclusivos possibilitam um aprendizado mais fácil






TECLADO VERSÁTIL
Matheus Levien Leal, 10 anos, está na 4a série e tem paralisia cerebral e baixa visão. Ele usa um teclado com várias lâminas, trocadas de acordo com a atividade. A de escrita, por exemplo, tem cores contrastantes e letras grandes. O equipamento é programado para ajustar o intervalo entre os toques, evitando erros causados por movimentos involuntários.


A criança chega à escola sem falar ou mexer braços e pernas. É possível ensiná-la a ler, por exemplo? Sim, e na sala regular. Para quem tem deficiência, existe a tecnologia assistiva, composta de recursos que auxiliam na comunicação, no aprendizado e nas tarefas diárias. As chamadas altas tecnologias são, por exemplo, livros falados, softwares ou teclados e mouses diferenciados. "Existem recursos para comandar o computador por meio de movimentos da cabeça, o que ajuda quem tem lesão medular e não move as mãos", afirma a fisioterapeuta Rita Bersch, diretora do Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, em Porto Alegre, onde as crianças que aparecem nesta reportagem são atendidas. Já as baixas tecnologias são adaptações simples, feitas em materiais como tesoura, lápis ou colher. Com o mesmo intuito de promover a inclusão, há brinquedos que divertem crianças com e sem deficiência. Os mostrados aqui foram feitos por alunos de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina. Já os livros táteis são do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, de Florianópolis. O educador da classe regular pode procurar esses materiais na sala de atendimento educacional especializado (a sala de apoio). "Nela, o professor especializado oferece recursos e serviços que promovem o acesso do aluno ao conhecimento escolar. Por isso, o diálogo entre os dois profissionais é fundamental", afirma Rosângela Machado, coordenadora de Educação Especial do município de Florianópolis. Confira alguns materiais que podem favorecer a aprendizagem da sua turma.

DIGITAÇÃO SEM ERROS

O suporte, colocado sobre o teclado, chama-se colméia. Ele impede que o estudante com dificuldade motora pressione a tecla errada.







NUM PISCAR DE OLHOS


O acionador faz a função do clique do mouse e pode ser ativado ao bater ou fechar a mão, puxar um cordão, piscar, soprar, sugar... O aparato pode ser colocado em qualquer parte do corpo do aluno. Com ele, é possível acessar livros virtuais, brincar com jogos e até digitar, usando um teclado virtual.










JOGOS COLORIDOS
João Vicente Fiorentini, 10 anos, tem deficiência física e está na2a série. Por causa da dificuldade de segurar o lápis, ele usa materiais adaptados e aprende a escrever com jogos feitos de tampinhas e cartões plastificados. O material permite a João ainda relacionar cores e quantidades.




Deficiência Mental

COMO IDENTIFICAR SINAIS DE DEFICIÊNCIA MENTAL EM SALA DE AULA

Deficiência mental
• Atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor (a criança demora para firmar a cabeça, sentar, andar, falar);
• Dificuldade no aprendizado (dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar).
• É preciso que haja vários sinais para que se suspeite de deficiência mental. Um único aspecto não pode ser considerado como indicativo de qualquer deficiência.

O que você pode fazer?
Nem sempre é fácil o diagnóstico da deficiência mental, porque os sinais podem ser indicadores de problemas de outra ordem, como as questões emocionais que interferem no aprendizado. Portanto, o professor deve ser cuidadoso e procurar descartar esta possibilidade antes de encaminhar a família para um diagnóstico de deficiência.
Este tipo de diagnóstico é feito por uma equipe multiprofissional composta por psicólogo, médico e assistente social. Tais profissionais, atuando em equipe, têm condições de avaliar o indivíduo em sua totalidade, ou seja, o assistente social através do estudo e diagnóstico familiar (dinâmica de relações, situação da pessoa com deficiência na família, aspectos de aceitação ou não das dificuldades da pessoa, etc.) analisará os aspectos sócio culturais; o médico através de entrevista detalhada e exame físico (recor­rendo a avaliações laboratoriais ou de outras especialidades, sempre que necessário) analisará os aspectos biológicos e finalmente o psicólogo que, através da entrevista, observação e aplicação de testes, provas e escalas avaliativas específicas, avaliará os aspectos psicológicos e nível de deficiência mental.

Dicas de convivência
Mitos sobre deficiência mental
• Toda pessoa com deficiência mental é doente;
• Pessoas com deficiência mental morrem cedo, devido a “graves” e “incontornáveis” problemas de saúde;
• Pessoas com deficiência mental precisam usar remédios controlados;
• Pessoas com deficiência mental são agressivas e perigosas, ou dóceis e cordatas;
• Pessoas com deficiência mental são generalizadamente incompetentes;
• Existe um culpado pela condição de deficiência;
• Meio ambiente pouco pode fazer pelas pessoas com deficiência;
• Pessoas com deficiência mental só estão “bem” com seus “iguais”;
• Para o aluno com deficiência mental, a escola é apenas um lugar para exercer alguma ocupação fora de casa.

Como tratar pessoas com deficiência mental?
• Aja naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência mental;
• Trate-a com respeito e consideração, de acordo com sua idade;
• Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa;
• Dê atenção a ela, converse e vai ver como pode ser agradável;
• Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência mental levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Alunos com deficiência mental
• Não subestime a inteligência das pessoas com deficiência mental! Encoraje as perguntas e a expressão de suas opiniões;
• Não superproteja as pessoas com deficiência mental. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário;
• Valorize mais o processo do que o resultado. Mas não ignore os resultados, eles também devem ser esperados e cobrados do aluno com deficiência m e n t a l ;
• Promova a participação em atividades estimulantes e diversificadas;
• Respeite as preferências, os gostos e as decisões da pessoa.
Fonte Livro: Educação Inclusiva: O que o professor tem a ver com isto?

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"As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais" Declaração de Salamanca, UNESCO, 1994

O TEMPO DE CADA UM

Edição Especial NovaEscola 08/2007 (veja reportagem na íntegra)



Aos 7 anos, este garoto atento ao exercício nem sequer pronunciava o próprio nome: Henrique. Sua família pouco sabia como ajudá-lo. Na escola, ele pôde conhecer a si mesmo, o manejo das coisas, as outras crianças... Estudar foi a primeira porta aberta para o desenvolvimento, que ele encontrou num ensino que respeita O TEMPO DE CADA UM


"Hoje a escola é a sua casa", conta Regina Graner, professora da 4ª série da EMEF Professor Taufic Dumit, em Piracicaba, a 160 quilômetros de São Paulo."Ele conversa, participa das aulas e troca idéias com os colegas."Para Henrique Michel da Silva, é uma grande conquista. Aos 10 anos, está aprendendo a comandar a própria vida, que antes era dominada pela deficiência mental.Além de ter dificuldade para falar e se fazer entender, ele não conseguia comer nem se vestir sozinho. Sua mãe achava isso um impedimento insuperável."Ele sempre foi mais lento para aprender as coisas", justificava a dona-de-casa Elisângela de Fátima Oliveira da Silva quando era indagada pela professora do filho.Elisângela não imaginava do que Henrique seria capaz se fosse incentivado de maneira adequada. Foi com a ajuda da professora Marta Giuste da Silva, na 1a série, que ele conseguiu dizer seu nome claramente pela primeira vez. "Comecei um trabalho com ele desde a pronúncia", diz a educadora. Daí em diante, o processo deslanchou. O menino revelou-se um dedicado aprendiz na sala de aula, daqueles que não se calam cada vez que têm uma dúvida. Ao mesmo tempo, a professora conversou muito com a mãe de Henrique e conscientizou-a de que a escola regular tinha a obrigação de receber seu filho.Na sala de apoio, o garoto contou com uma professora para ajudá-lo a se desenvolver no que tinha mais dificuldade. Com o tempo, passou a ler histórias por meio de imagens e a contá-las aos amigos. "Ele já monta pequenas frases, desenha e organiza livrinhos", diz a educadora especializada Maria Aparecida Valelongo Cunico.Há pouco tempo, o destino provável de Henrique seria uma classe só com crianças com o mesmo quadro de retardo mental.Hoje, seu direito de estudar na escola regular vem sendo respeitado, ainda que falte à maioria das pessoas entender o que é deficiência mental."É um atraso na adaptação ao aprendizado, ao convívio social e às funções motoras", explica o psiquiatra José Belisário Cunha, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Abenepi), em Belo Horizonte.Quem tem deficiência é capaz de muita coisa: ler, escrever, fazer contas, correr, brincar e até ser independente. "A grande novidade é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo o que ela faz", afirma Belisário.


Independente desde cedo



É muito comum a família de uma criança com deficiência querer fazer tudo por ela. "É difícil se conter diante das dificuldades", diz Belisário. "Mas na escola, no meio da garotada, qualquer um aprende a se virar sozinho." Para o psiquiatra, as instituições e classes especiaisnão colheram grandes frutos justamente por terem assumido o papel de protetoras. Ir ao banheiro sozinho, fazer exercícios em grupo e brincar no recreio são estímulos que contribuem para o desenvolvimento intelectual do aluno.O casal de agricultores gaúchos Marlene e Reni Wasen, da cidade de Sapiranga, na Grande Porto Alegre, soube de antemão que seu filho viria ao mundo com síndrome de Down,provocada por uma anomalia genética. Ígor Wasen, 9 anos, aprendeu muita coisa desde cedo.Começou a andar com 1 ano e 7 meses e parou de usar fraldas quando ainda era bebê.Na creche, tomava banho e vestia-se sozinho. Ele cresceu e continuou independente. Nos bailes da cidade, aonde vai até hoje com a família, desgarra-se dos pais para dançar e comprar refrigerante. "Não se perde nem no meio de mil pessoas", diz a mãe. Quando não tem muita lição de casa, o guri se oferece para ajudar os pais a carregar lenha.Mesmo com esses precedentes animadores, o garoto surpreendeu Marlene e Reni quando escreveu seu nome logo no início da 1a série da EMEF Pastor Frederico Schasse, em Morro Reuter, a 80 quilômetros da capital gaúcha. Ígor já escreve um pouco em português, mas, na hora de falar, o idioma alemão é praticamente lei na comunidade onde vive."Só falamos português quando tem visita", diz a mãe.Em decorrência da síndrome de Down, o menino tem alguma dificuldade de se expressar. Ainda bebê, começou a ir à fonoaudióloga na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) para tratar o distúrbio.Até hoje, visita uma especialista toda semana. E, na sala de aula, dá-lhe ouvir histórias. Assim, a professora Dirce Sauzen o estimula a conversar sobre elas com os colegas.Ígor ainda tem pouca destreza com as letras, mas se sai muito bem em jogo de memória e no quebra-cabeças. Quando percebeu a facilidade do garoto para associar pecinhas, a professora aproveitou para reunir materiais que tivessem desenhos, palavras e números. "Ele consegue resolver mais rápido os exercícios que exigem montagem e organização", conta Dirce.
Ígor é prova de que a deficiência pode falar mais alto numa habilidade, mas pouco influi em outras."Se um aluno se dá mal em Matemática, pode ter afinidade em área que não depende do raciocínio lógico", afirma Belisário.


Atividades e estratégias


PROPORÇÃO
O desenvolvimento da coordenação motora pode ser mais lento em crianças que têm deficiência mental. Uma das maneiras de estimular o aluno a dominar seus movimentos é fazê-lo escrever o nome em folhas de papel de diferentes tamanhos. Assim, ele também visualiza a necessidade de aumentar ou diminuir a letra de acordo com o espaço.
INTEGRAÇÃO
É muito comum uma criança com deficiência mental ter problemas de oralidade. Por isso, aulas que estimulem o aluno a contar histórias são bem-vindas. É importante dar continuidade à atividade com bate-papos na classe sobre os personagens ou sugerindo que os estudantes dêem o próprio final à trama e o apresentem aos colegas. A atividade deve sempre ser feita com a turma toda.
VARIEDADE
Diversifique os meios de acesso ao conteúdo na sala de aula. Crianças com deficiência mental (e sem deficiência também) nem sempre aprendem por meio de folhas com exercícios impressos, livros didáticos ou material concreto de Matemática. Elas podem se identificar mais com músicas, passeios, desenhos, vídeos ou debates.

(Conheça a Edição sobre Educação Especial e Inclusão: visite o site http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/026.shtml)

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SAIBA MAIS:

Leia o documento do MEC que fala sobre a Deficiência Mental (2006), clique no endereço abaixo:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf

Cada um aprende de um jeito

dição 192 Nova Escola 05/2006 (Veja reportagem completa)

Professores propõem a alunos de 1ª a 8ª série com deficiência as mesmas atividades planejadas para os demais
A lei é categórica: todas as crianças e jovens de 6 a 14 anos devem estar matriculados na rede regular de ensino, sem exceção. Entre os objetivos que se apresentam, está o de ensinar os conteúdos curriculares de uma forma que permita também aos que têm deficiência mental aprender. Para alcançá-lo, é necessário respeitar o ritmo e os limites de cada aluno e propor as mesmas atividades a toda a turma.

Cor no material


Crianças e jovens com deficiência mental geralmente têm dificuldade de se concentrar por muito tempo. Para prender a atenção delas, são recomendadas atividades dinâmicas e que envolvam muitas cores. Leila Splendore, coordenadora de Matemática da Escola Viva, tem uma estratégia simples: usar gizes coloridos ao escrever no quadro e dar lápis de cor e canetinhas para os alunos fazerem seus registros nos cadernos. Ela também cria jogos com tabuleiros bem coloridos em que utiliza elementos do cotidiano da turma: números de duas casas, que podem ser relacionados à idade dos alunos, e papéis representando cédulas de real.

Os cinco sentidos
Utilizar materiais com diferentes texturas, estimular o olfato dos alunos e fazê-los aguçar os ouvidos são estratégias valiosas. Para divertir a turma do 1º ano do Ensino Fundamental e prender a atenção de Clayton Deutschle (segurando o livro), 10 anos, a professora Juliana Zimmer, da escola Professor Francisco Weiler, inicia as aulas com dança e canto. Na hora da leitura, ela pede que as crianças façam gestos e produzam sons relacionados ao enredo.


Atividade manual

Quando um aluno termina a atividade antes dos colegas, pode começar a tumultuar a aula ou tirar a concentração dos demais. A criança com deficiência mental não é diferente. Ela muitas vezes perde o interesse pelas tarefas. Por isso, é importante sempre deixar na sala materiais de artes para que todos possam colar, pintar, desenhar, moldar ou bordar no tempo livre. Essas atividades ajudam também a melhorar a concentração dos alunos com deficiência. No contato com a arte, Valentina Chaluleu, 15 anos, aluna da 7ª série da Escola Viva, aprimora a concentração e demonstra interesse pelas tarefas.

Atividades inclusivas...
• Fazem os alunos com deficiência mental avançarem dentro de seus limites.
• Mostram que todos são parte importante do grupo.
• Estimulam o respeito e a cooperação.

sábado, 18 de julho de 2009

Formas criativas para estimular a mente de Def. Intelectuais

Edição 223 Junho 2009 (Nova Escola - veja reportagem completa)

O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los

CONCENTRAÇÃO


Enquanto a turma lê fábulas, Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco.


De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia. Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.
No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público (leia a definição no quadro abaixo). São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.
A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.

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SÍNDROME DE DOWN

Definição: alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de risco já identificado. “Ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos”, afirma Lília Maria Moreira, professora de Genética da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
• Características: além do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias.
Recomendações: na sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de Down compreenda. “Ele demora um pouco mais para entender”, afirma Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos fáceis de compreender. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. “Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem”, diz Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. “Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas não seja permissivo.” Tente perceber as competências pedagógicas em cada momento e manter as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande e, às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões impossíveis para ela. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e provocações.
Fonte: Revista Nova Escola Edição Especial Julho 2009 Título original: Aprender a superar.



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Saiba mais visitando o portal do MEC

Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dificuldadesdeaprendizagem.pdf

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
DEFICIÊNCIA MENTAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf


Filme "O oitavo dia"


"Oitavo Dia" (L' Hutième Jour - 1996), de Jaco Van Dormael, que revelou, pela primeira vez, um vencedor com deficiência intelectual ao Festival de San Remo em 1996. O prêmio de melhor ator do festival coube à impressionante exibição do ator belga PASCAL DUQUENNE, uma pessoa com síndrome de down, que dividiu o prêmio de melhor ator com o veterano francês Daniel Auteil.





PS: Se tiver oportunidade, assista o filme, eu assisti e recomendo!!!

Veja um trecho do filme, clique no endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=DqRRyUE7ALs